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Brasil

Adolescentes são resgatados em situação análoga à escravidão em time de futebol da Bahia

As condições de alojamento eram precárias, e os adolescentes eram mantidos presos, sem alimentação adequada

Camila Bairros

15/06/2022 11h11

Foto: Reprodução/SRT-BA

No último domingo (12), cinco adolescentes foram resgatados por auditores fiscais do trabalho no bairro de Cajazeiras, em Salvador-BA. As vítimas trabalhavam em situação análoga à escravidão no time de futebol Esporte Clube Jacobinense, clube criado no ano passado e que estreou no futebol baiano nesta temporada, na segunda divisão estadual.

O projeto do clube é do ex-deputado Manassés, e contou com o apoio do prefeito de Jacobina, Tiago Dias. A Série B do estadual está em andamento, e na tarde desta quarta-feira (15), será disputada a 6ª rodada. Neste momento, o Jacobinense é líder da competição com 12 pontos, sendo quatro vitórias e uma derrota.

Investigação

As investigações começaram ainda em março, quando auditores fiscais do trabalho começaram a apurar as condições de trabalho da equipe após o, até então, técnico do Jacobinense ser acusado de assédio sexual e autuado em flagrante por armazenar e compartilhar imagens de pornografia envolvendo adolescentes, além de não ter documentação exigida para a função de treinador.

Em visita ao alojamento, os agentes viram que as condições eram precárias, que os adolescentes eram mantidos presos, sem alimentação adequada, e tinham uma carga de trabalho intensa, com atuação em diversas competições

Para completar a série de crimes cometidos, a equipe do Jacobinense foi acusada de não cumprir com as disposições da Lei Pelé, como por exemplo, assinatura de contrato de atleta em formação, pagamento de bolsa auxílio e garantia à matrícula em unidade escolar.

Defesa

Em entrevista ao portal Bahia Notícias, o presidente do clube, Manassés, falou que ‘não tem nada a ver com o assunto, nem meu clube, nem minha pessoa. Isso foi respondido, a delegacia está investigando’, completou.

Segundo nota divulgada pelo advogado do clube, André Maurício Santos Viana, a equipe do Jacobinense em nenhum momento teve qualquer tipo de vínculo com os jovens, supostamente, resgatados pela Superintendência Regional do Trabalho do estado da Bahia (SRT – BA)

O JACOBINENSE ESPORTE CLUBE refuta veementemente que estes jovens eram mantidos em situação precária pelo clube, e que tampouco tinham qualquer tipo de contrato de trabalho, formal ou informal com os referidos jovens. Por fim, o clube esclarece que não possui em seu quadro de funcionários nenhum colaborador menor de idade […] e cumpre fidedignamente com as suas responsabilidades trabalhistas.”

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