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Brasil

60% das mulher vítimas de violência não denunciam

Ainda de acordo com a pesquisa, 27% das mulheres que declaram ter sofrido violência solicitaram Medida Protetiva de Urgência e, entre elas, 48% afirmam que em algum momento houve descumprimento por parte do agressor

Redação Jornal de Brasília

22/11/2023 17h12

Foto: Agência Brasil

Mais de 60% das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar não denunciaram formalmente às autoridades, segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero.

Ainda de acordo com a pesquisa, que é uma parceria entre o Observatório da Mulher Contra a Violência (OMV) do Senado Federal e o Instituto Avon,  27% das mulheres que declaram ter sofrido violência solicitaram Medida Protetiva de Urgência e, entre elas, 48% afirmam que em algum momento houve descumprimento por parte do agressor.

Segundo a Diretora Executiva do Instituto Avon, Daniela Grelin, o levantamento é importante para auxiliar na criação de políticas públicas e ações focadas no enfrentamento das violências. “Acreditamos que o enfrentamento da violência contra a mulher tenha no lançamento do Mapa Nacional da Violência de Gênero um marco histórico, em cumprimento ao artigo 8º da Lei Maria da Penha que prevê a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação”, afirma a Diretora Executiva do Instituto Avon, Daniela Grelin.

O levantamento também mostra que, quando perguntadas sobre o que fizeram em relação à última agressão, 60% das vítimas buscaram a ajuda da família, 45% procuraram a igreja e 42% acessaram os amigos. Apenas 31% denunciaram em delegacias comuns e 22% foram às Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.

A pesquisa reúne informações de cinco base de dados, entre o Sistema Nacional de Segurança Pública (Sinesp/MJSP), Base Nacional de Dados do Poder Judiciário (DataJud/CNJ); SIM e Sinan, duas das bases do Sistema Único de Saúde (SUS).

Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher

O mapa, elaborado a cada dois anos desde 2005, entrevistou mais de 20 mil mulheres para embasar os dados. A pesquisa foi criada para servir de subsídio para a elaboração da Lei Maria da Penha e traz o maior levantamento sobre o tema.

De acordo com a coordenadora do Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal., Maria Teresa Padro, o mapa expõe o retrato atual da violência contra as mulheres. “A pesquisa contém dados oficiais que trazem a percepção da violência pela voz das próprias mulheres. A edição desse ano contou com um aumento de cerca de 3 mil para mais de 21 mil mulheres entrevistadas. O Mapa vem para expor o retrato atual da violência contra as mulheres com números oficiais e, de forma inédita, permitir o aprofundamento da avaliação de dados administrativos por meio da pesquisa, com dados que não são coletados por nenhuma outra fonte e que são complementares às demais estatísticas. Os registros oficiais podem apresentar lacunas na captação e na qualidade dos dados; no entanto, a pesquisa, aplicada nacionalmente, de forma consistente, utilizando métodos estatísticos rigorosos ao longo de todas estas 10 edições, permite a comparação desses dados com a realidade das mulheres, realidade apresentada na voz delas. Os dados da Pesquisa Nacional mostram não só números, mas dizem respeito à própria vida e experiência das mulheres reais”, declara a coordenadora.

 

 

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