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2021: um ano “no capricho” para Sérgio Maurício!

Em um bate papo com o narrador da Fórmula 1, falamos sobre um dos melhores anos de sua carreira e sobre as emoções da temporada mais competitiva dos últimos tempos.

Aurélio Araújo

21/12/2021 16h05

Sério Maurício, narrador da Fórmula 1, foi um dos destaques do esporte em 2021. Foto: Divulgação, TV Bandeirantes.

Que 2021 foi uma temporada inesquecível para a Fórmula 1, nós já sabemos. Mas para o narrador esportivo da Rede Bandeirantes, Sérgio Maurício, o ano, sem dúvidas, foi ainda mais especial. Ele deu voz ao campeonato mais disputado dos últimos 47 anos, com direito ao show de Lewis Hamilton, em Interlagos, e a última volta com a ultrapassagem de Max Verstappen, em Abu Dhabi.

“(…) foi a melhor temporada de todos os tempos”.

Sérgio é um profissional experiente, mas não imaginava que o ano de 2021 seria tão gentil. Ovacionado pelo público em São Paulo, no que ele mesmo chamou de “dia em que ganhei o maior prêmio da minha vida: o carinho e reconhecimento do público”, 2021 ficou marcado em sua história. Sérgio é também o que nos aparenta ser: Uma pessoa alto astral, simples e recebeu minha perguntas com toda a disposição. Ao nos falarmos sobre a entrevista, quase fiz uma piada: essa vai ser uma matéria “no capricho” para você! Mas, mesmo sendo fã, me contive.

Sérgio ao lado de seus companheiros na Bandeirantes no anúncio da emissora sobre a transmissão da Fórmula 1 em 2021. Foto: Divulgação.

Eu e Sérgio compartilhamos três coisas em comum. A primeira delas é nossa inegável paixão pelo esporte a motor, a segunda é que somos Botafoguenses e reconhecemos que o ano do nosso time também foi de alegrias e, por último, temos um amigo em comum: Paulinho. Paulinho é quem eu chamo de o prefeito da Praia do Forte (BA), dono do melhor Hostel da cidade. Outro cara muito especial que, sempre que posso, encontro, quando subo com a família para as praias do norte de Salvador. E foi com o Paulinho (a quem eu deixo o agradecimento) que batendo um papo na beira da praia, surgiu a ideia de escrever um artigo sobre o ano fantástico do Sérgio. 

AA – Quando você assinou com a Band no início do ano, você imaginava um sucesso tão grande nesta temporada?


SM  – Não imaginava um sucesso tão grande pelo que foi a temporada, imaginava que ia fazer bastante barulho pela mudança de ares, depois de tantos anos na outra emissora (Rede Globo). A Fórmula 1 teve um espaço muito maior, então eu imaginava que sim, que seria  um sucesso, mas não tão grande, tão retumbante em função desta temporada, que casou com a saída da outra emissora e a vinda para Band, e foi a melhor temporada de todos os tempos.

“(…) em Monza, os dois encavalaram e eu senti que aquilo ali não era uma coisa que ia se resolver de uma hora para outra”.

AA – Quando você começou a perceber que a temporada 2021 da Fórmula 1 seria diferente dos anos anteriores? Houve algum momento específico que te marcou sobre isto?

Acho que foi no Grande Prêmio de Silverstone, que os dois acabaram se tocando. Foi naquele momento que o Max Verstappen foi para fora da pista. Logo depois, em Monza, os dois encavalaram e eu senti que aquilo ali não era uma coisa que ia se resolver de uma hora para outra. Aquilo ali ia se arrastar, porque os dois estavam muito competitivos, com um apetite danado de ganhar o título mundial. O Verstappen brigava para ganhar o primeiro título, e o Hamilton para ser o maior de todos os tempos. Então, eu acho que foi nesse ponto chave da corrida aqui na metade do campeonato, que eu achei que realmente seria uma temporada diferente.

Max Verstappen e Lewis Hamilton colidem no Grande Prêmio de Monza, Itália. Foto: F1, Divulgação.

AA – Na corrida de Interlagos, você foi ovacionado pelo público e, em seguida, a Mercedes postou o seu famoso jargão do “Patrão” Lewis Hamilton em suas redes sociais. Como você se sentiu com todo este reconhecimento?

“(…) mas esse prêmio foi o maior de todos! Ele não foi um prêmio físico, ele foi um prêmio, digamos assim, espiritual.”

SM – Esse reconhecimento foi o reconhecimento absolutamente genuíno e legítimo do público. Eu acho que nós, jornalistas, não estamos acostumados com esse tipo de situação, de ser ovacionado, de ser reconhecido, de ter seu nome gritado. Se eu fosse um jogador de futebol, um cantor, um artista na televisão, ator, né? Aí, tudo bem. Isso é até normal e aceitável, porque a gente vê isso no mundo inteiro, mas não para um jornalista. E eu fiquei muito lisonjeado, muito orgulhoso disso; talvez tenha sido a maior homenagem. Eu já recebi vários prêmios de associações, da internet, que foram concedidos por empresas, mas este prêmio foi o maior de todos! Ele não foi um prêmio físico, ele foi um prêmio, digamos assim, espiritual, né? Foi um prêmio genuíno ali do público para mim, de graça e ali daquele momento.

O narrador Sérgio Maurício se emociona com a torcida em Interlagos, SP. Foto: João Valério, Instagram.

AA –  O projeto da sua emissora para a Fórmula 1 tem sido um sucesso e, ao meu ver, dá ao esporte a motor o espaço que ele merece com qualidade. Fale sobre este projeto e o que você espera para 2022.

O projeto da Band continua. Nós temos um cardápio de esportes muito bom. A gente sempre teve um DNA de esportes muito grande, muito marcante, desde a época do Luciano do Valle, no final dos anos 70 e início dos anos 80, quando o Show do Esporte foi criado. Era uma ideia que vinha da TV a cabo americana. O Luciano vivia nessa ponte aérea São Paulo – Miami, então ele já tinha as ideias e já tinha visto lá. Então ele quis implantar isso aqui em TV aberta e conseguiu fazer de uma maneira maravilhosa. E a Band sempre teve um DNA de esporte e um cardápio esportivo tá muito repleto,  não só com a TV aberta, mas também com Band Sports, que é o canal a cabo do grupo Bandeirantes de Comunicação exclusivamente de esporte, e mais ainda pelo cardápio automobilístico, porque nós temos quase todas as categorias e ano que vem teremos a Fórmula 4 (categoria que está surgindo e chega ao Brasil em 2022). Então, eu acho sensacional isso! A Band está expandindo os seus domínios sobre alguns eventos como o Mundial de Clubes. A emissora conseguiu comprar os direitos e eu acho muito bom, porque divide um pouco, diminui o monopólio que vinha da outra emissora em relação aos eventos esportivos e gera muito mais emprego para todo mundo. Eu tô muito feliz com isso!

AA – Por último, o vídeo da última volta da corrida de Abu Dhabi, com você narrando, viralizou. Você de pé e seus companheiros alucinados com as mãos na cabeça. Fale um pouquinho sobre uma das voltas mais emocionantes e polêmicas da Fórmula 1.

Sérgio Maurício se levanta para narrar as últimas voltas do GP de Abu Dhabi. Imagem: Show do Esporte, TV Bandeirantes.

“O narrador esportivo é por si só, pela profissão, um cara que tem que transmitir a emoção do esporte e eu faço isso como um prazer. Eu amo a Fórmula 1, eu amo o que eu faço.”

Aquela última volta foi realmente emocionante, eu não me contive ali. Faltando quatro voltas para o fim, o Latifi bateu em Abu Dhabi e provocou primeiro o safety car virtual, depois um safety car e os carros que estavam entre os dois (Verstappen x Hamilton) foram autorizados a ultrapassar o safety car e os dois ficaram juntos. Eu não me contive ali naquela largada, me levantei e deixei a emoção fluir. É assim que eu faço, é sempre com emoção. O narrador esportivo é por si só, pela profissão, um cara que tem que transmitir a emoção do esporte e eu faço isso como um prazer. Eu amo a Fórmula 1, eu amo o que eu faço. Eu sempre digo que eu sou um cara privilegiado, porque eu amo o que eu faço, eu trabalho no que eu mais gosto e ainda me pagam para isso, então, eu sou realmente um cara privilegiado.

Parabéns Sérgio, pelo trabalho em 2021, obrigado Paulinho, por me conectar ao Sérgio, e que 2022 seja um ano ainda melhor para todos!

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