Nesta sexta-feira (14), sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por manter 13 brasileiros em condições análogas a escravidão enquanto trabalhavam em navio de cruzeiro entre 2013 e 2014. Se condenados, os responsáveis podem pegar de dois a oito anos de reclusão, além de multa. Já a empresa terá que pagar um valor de R$ 330 mil em indenizações a título de danos morais.
Os brasileiros, contratados pela empresa nacional MSC Crociere, trabalhavam cerca de 11 a 16 horas diárias, com períodos de intervalos fragmentados ao longo da jornada e frequentemente interrompidos por atividades paralelas. Também não tinham direito a férias, décimo terceiro ou FGTS.
Exercendo funções de camareiro, atendente de bar e buffet e garçom, os brasileiros relatam, ainda, que constantemente eram submetidos a pressão psicológica. Ainda mencionaram o uso de expressões preconceituosas, seguido de ameaças fundadas na perspectiva de que a situação deles poderia piorar quando o navio saísse do alcance das autoridades brasileiras.
Outros tripulantes ainda revelaram ainda a prática de perseguições e discriminação no ambiente de trabalho, além de problemas com a qualidade e disponibilização de água, alimentação e atendimento médico. Segundo apurado nessas entrevistas, 105 trabalhadores demostravam insatisfação quanto à forma como eram tratados pela empresa e 102 deles afirmavam trabalhar 11 horas ou mais todos os dias, sem folgas.
Com informações do MPF