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Satélite descobre seringueiro que vive isolado há 25 anos

Gildo da Silva Conceição, de 54 anos, mora em uma área com cerca de três hectares aberta no meio da floresta. O local não tem energia elétrica nem água encanada

Redação Jornal de Brasília

05/08/2021 10h06

Foto: Arquivo/Ciopaer

No Acre, um seringueiro vive isolado da sociedade há 25 anos. O extrativista mora dentro do Complexo de Florestas Estaduais do Rio Gregório (Cferg) e, de acordo com G1, sua existência foi descoberta quando o Centro Integrando de Operações Aéreas do Acre (Ciopaer) fazia levantamentos na área.

Gildo da Silva Conceição, de 54 anos, mora em uma área com cerca de três hectares aberta no meio da floresta. O local não tem energia elétrica nem água encanada. Segundo o o gestor do complexo de floresta, Victor Melo de Lima, em um raio de 27 km da casa do morador é apenas floresta.

O seringueiro, que não tem esposa nem filhos, vive no local há 25 anos. Para chegar até a rodovia mais próxima, Gildo caminha três dias dentro da mata, pega um transporte e vai até a cidade. Nesta semana, ele recebeu doações das equipes da Secretaria de Meio Ambiente e das Políticas Indígenas do Acre (Semapi) e do Ciopaer.

Foto: Arquivo/Ciopaer

Todo seu sustento é tirado da seringa que retira da floresta. Uma vez por ano, Gildo vai até a cidade de Tarauacá vender sua produção e comprar alimentos.

“Conseguimos identificar essa área dele por satélite, vimos uma abertura no meio da floresta, em um raio de 27 km mais ou menos é só floresta. Quando se olha de cima não consegue ver a clareira, só se tiver em algum ponto específico para ver a abertura mínima de quase três hectares”, contou o gestor ao G1.

Mesmo isolado, Gildo foi infectado pela Covid

Em maio deste ano, quando a equipe do governo fez o primeiro contato com o seringueiro, os servidores encontraram Gildo com sintomas da Covid.

De acordo com Gildo, ele tinha do até o município de Tarauacá dias antes comprar mantimentos e quando retornou começou a ficar doente. “Há três meses fomos fazer um levantamento dos dados dele, pois ainda não tínhamos tido contato com ele e, quando chegamos lá, ele apresentava sintomas de Covid, estava bem fraco. Retornamos no dia seguinte para levá-lo para o hospital. Ele sai uma vez por ano da localidade”, complementou Lima.

“Fizeram um exame nele e deu positivo para Covid. Fez o tratamento e voltou para a casa dele”, destacou o gestor.

Nessa segunda-feira (2), as as equipes do Ciopaer decidiram visitá-lo para saber seu estado de saúde. Chegando no local viram que o seringueiro estava trabalhando e se sentindo bem.

“Lá não tem contato, estávamos em outra missão próximo da área dele, pousamos para ver como estava. Levamos algumas cestas básicas, algumas coisas porque quando ele vai na cidade que volta não tem como levar muita coisa. Se recuperou bem, quando chegamos lá estava cortando seringa”, completou.

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