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Padeiro desempregado doa 700 pães para moradores na Rocinha

Padeiro é pai de 7 filhos e conta com a ajuda de toda a família para colocar os pães em sacolas plásticas nos dias de doações

Redação Jornal de Brasília

08/05/2020 12h33

O padeiro Isael Jacinto da Costa, de 52 anos, é morador da Rocinha-RJ e tem ajudado os vizinhos com doações de sacos de pão. Ele se une à outras iniciativas que buscam minimizar os impactos da pandemia na comunidade. Isael, que está desempregado desde 2017, percebeu a falta do pão nas casas de muitos dos moradores da região.

“O pão é a vida, né? Às vezes está faltando um pão pra dar a criança de manhã. Eu acho muito importante o café da manhã. Às vezes a mãe não tem o pão para dar. As pessoas nem sempre tem dinheiro para comprar e elas ficam muito felizes quando recebem o saco de pão. Dá para ver a alegria nos olhos das crianças”, explicou o padeiro ao Portal Fala Roça.

Isael nasceu na cidade de Divino São Lourenço-ES e foi morar na Rocinha há 30 anos. Ele é pai de 7 filhos e conta com a ajuda de toda a família para colocar os pães em sacolas plásticas nos dias de doações. Em média, cada saco montado pela família de Isael agrupa 5 pães.

No primeiro dia em que realizou as doações, o padeiro assou 200 pães. Isael relata que a quantidade atendeu poucas famílias. Após conseguir um trabalho temporário em uma padaria da localidade, ele comprou o material para fazer 700 pães. O dono do estabelecimento permitiu que ele assasse os pães de graça.

O padeiro lamenta o fato da família ainda não ter conseguido receber o auxílio emergencial do Governo Federal, destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, como é o caso dele.

O sonho de Isael é montar uma padaria na Rocinha. Ele possui os equipamentos básicos da profissão, mas a falta do maquinário é um empecilho para tirar o sonho do papel. Máquinas como divisora, modeladora, cilindro, amassadeira e um forno turbo podem custar até R$ 5 mil cada.

Atualmente o padeiro precisa conseguir um emprego fixo para continuar fazendo as doações. “Não é só por causa da pandemia. As pessoas precisam das coisas independente de qualquer coisa. Não precisa acontecer uma desgraça para ajudar as pessoas. Isso que estou fazendo é tão pouco que os moradores ficam gratos por isso”, conclui Isael Jacinto.

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