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Mulher é libertada após viver quase 40 anos em condições análogas à escravidão

Madalena era responsável por realizar trabalhos domésticos para uma família de Minas Gerais e não recebia salário, folga, férias e nem liberdades pessoais

Redação Jornal de Brasília

21/12/2020 11h52

Madalena Gordiano, uma mulher negra de 46 anos, passou 38 anos vivendo em condições análogas à escravidão. Por meio de uma investigação do Ministério Público do Trabalho, a mulher foi libertada em novembro deste ano. A notícia foi divulgada no “Fantástico” deste domingo (20).

Madalena era responsável por realizar trabalhos domésticos para uma família de Minas Gerais e não recebia salário, folga, férias e nem liberdades pessoais. Em novembro, a vítima foi libertada por auditores fiscais do trabalho e pela Polícia Federal. Madalena trabalhava em um apartamento no centro de Patos de Minas-MG.

Madalena contou à reportagem que, aos oito anos, bateu na porta de uma residência para pedir um pedaço de pão. Na ocasião, a dona da casa, identificada como Maria das Graças Milagres Rigueira, se negou a dar o alimento e falou que iria adotar a menina.

A mulher, que é professora, adotou a criança informalmente e não forneceu estudo para Madalena. Após algum tempo, o marido de Maria das Graças entrou em conflito com Madalena e ela foi entregue ao filho da professora, o também professor Dalton Cesar Milagres Rigueira.

No apartamento de Dalton, um vizinho da família relatou que Madalena trabalhava desde às 4h, sem qualquer direito trabalhista.

O professor alegou, em depoimento, que Madalena se recusava a ocupar um quarto maior no apartamento. Dalton também afirmou que a vítima se negou a estudar e ele não a incentivava a continuar com os estudos, por considerar que ela não seria beneficiada.

De acordo com o STJ (Superior Tribunal de Justiça), não é necessário que ocorra a privação de liberdade para que um trabalho seja caracterizado como análogo à escravidão.

A zona rural do Brasil concentra a maior quantidade de casos de trabalhadores em situação de escravidão. No entanto, casos similares ocorrem por meio de trabalho doméstico e são mais difíceis de identificar. No ano passado, 14 pessoas foram resgatadas do trabalho escravo doméstico

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