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MP denuncia médica por morte de paciente após lipoaspiração

Além de avaliar a falta de perícia da médica, os investigadores concluíram que o local onde foi realizado o procedimento não era adequado

Redação Jornal de Brasília

09/02/2021 7h44

Uma mulher, de 41 anos, veio a óbito uma semana após ter realizado lipoaspiração e enxerto de gordura nos glúteos. A médica Geysa Leal Correa, que realizou o procedimento estético na paciente, foi denunciada pelo Ministério Público estadual do Rio no dia 26 do mês passado por homicídio culposo.

A pedagoga Adriana Ferreira Capitão Pinto, que tinha 41 anos, faleceu no dia 23 de julho de 2018. De acordo com a denúncia do Ministério Público, a profissional de saúde não observou o “dever objetivo de cuidado que lhe era exigível e, agindo com inobservância das regras técnicas de profissão, com manifesta imperícia e negligência, deu causa à morte de Adriana.”

Os investigadores apuraram o caso e avaliaram que Geysa não era habilitada para realizar lipoaspiração, já que ela é especialista em otorrinolaringologia e apresentou diplomas que não a habilitam a realizar o procedimento. A profissional deveria possuir um título de especialista na área de cirurgias plásticas.

A cirurgia foi feita em Icaraí, Niterói-RJ. Logo após o procedimento, a paciente se queixou apenas de um inchaço nas pernas e pés, o que foi comunicado para Geysa. No entanto, a médica afirmou que os sintomas eram uma consequência natural da intervenção.

Posteriormente, na noite de 22 de julho, Adriana começou a sentir falta de ar e já durante a madrugada desmaiou. Ela foi encaminhada ao hospital, onde veio a óbito. A causa da morte foi trombose venosa profunda.

De acordo com pareceres do Conselho Regional de Medicina e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a paciente deveria ter sido encaminhada de imediato à emergência.

Além de avaliar o nível de perícia da médica, os investigadores concluíram que o local onde foi realizado o procedimento não era adequado. De acordo com a denúncia, a clínica “não apresentava condições mínimas de atendimentos em pacientes que viessem a ter alguma intercorrência médica no seu procedimento cirúrgico”.

A clínica não passava por um controle constante de limpeza e não possuía local próprio para o descarte e esterilização de material infectante.

Devido a isso, Geysa foi indiciada pela polícia e denunciada pelo MP por homicídio culposo. A pena será agravada por “inobservância da regra técnica de profissão”.

Foto: Reprodução

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