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Militar do Bope leiloou armas e drogas a traficantes e milicianos

PM queria vender um fuzil e porções de cocaína a um braço-direito do chefe do tráfico no Complexo da Serrinha

Willian Matos

08/10/2019 8h56

Da redação
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Após operação no Complexo da Serrinha, em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, um policial militar do Batalhão de Operações Especiais (Bope) leiloou as armas e as drogas apreendidas para os próprios traficantes e milicianos da região.

A informação é do jornal Extra. A ação foi realizada no dia 20 de março de 2015, conforme indica uma conversa entre o policial e Coelhão, braço-direito do chefe do tráfico na Serrinha, Walace de Brito Trindade, o Lacoste.

O diálogo entre o Coelhão e o policial ocorreu no dia 21 de março. Na conversa, o PM oferece um fuzil AK 47, munição e carregadores. Quando o criminoso pergunta o valor do material, o policial faz uma espécie de leilão: “O pó (cocaína) e o AK (fuzil) ele está vendo porque o maluco da milícia lá em Campo Grande quer pagar R$ 45 (mil) na mão e o pó tem um cara lá querendo pagar porque eles estão falando que é puro”, afirma.

O PM ainda afirma a Coelhão que a equipe responsável pela apreensão que estava vendendo não tinha sido a sua, por isso ele tentava negociar que o material fosse vendido aos traficantes da Serrinha. “Mas o zero um me jurou que amanhã vai resolver. Porque agora eles estão indo para o Complexo (do Alemão), mas amanhã vou na direção dele e vou resolver isso sem falta para vocês”, afirmou o PM.

Quatro dias depois do diálogo com Coelhão, o policial oferece a um traficante do Complexo da Pedreira, em Costa Barros, um policial que havia sido apreendido no Complexo do Chapadão, dominada por uma facção rival. Atualmente, os criminosos dos dois conjuntos de favelas estão em guerra. O PM afirma ao criminoso, identificado como Gordão, por R$ 45 mil. “Está puxado”, responde o bandido, que achou a arma cara.

As investigações revelaram que além de negociar armas e drogas com os bandidos, o policial também avisava aos criminosos da Serrinha sobre operações policiais nas favelas da facção da qual faziam parte. “Meu rei, tem contato com o mano lá na Vila (Aliança)? Dá o papo nele que o marimbondo vai lá amanhã cedo, mas manda ele mandar um presente pra equipe pelo toque”. “O mano” citado pelo policial era Rafael Alves, o Peixe, então chefe do tráfico da Vila Aliança.

Com informações do jornal Extra

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