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Madrasta teria envenenado garota para ficar com indenização de R$ 800 mil

Suspeita deu veneno para a criança durante dois meses. Segundo a polícia, crime foi muito bem planejado. Substância é proibida pela Anvisa, mas facilmente encontrada no mercado negro, ainda de acordo com a polícia

Willian Matos

10/09/2019 9h02

Da redação
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As investigações da Polícia Civil sobre a morte de Mirella Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos, apontam que a madrasta da menina a matou com um objetivo: ficar com a indenização que era de direito da criança, no valor de R$ 800 mil. 

Mirella morreu no dia 14 de junho, após ser internada em um hospital particular de Cuiabá, cidade onde aconteceu todo o caso. Segundo a polícia, a madrasta, Jaira Gonçalves de Arruda, 42, dava gotas dosadas de um veneno à menina para que ela morresse e ninguém percebesse a causa real. Isso aconteceu por dois meses e teria sido calculado e planejado.

A criança foi internada por nove vezes. Sempre que ficava em uma unidade hospitalar, melhorava o quadro de saúde, mas, quando voltava para casa, tornava a tomar o veneno dado pela madrasta. Em 14 de junho, Mirella já chegou no hospital morta. Levantaram-se as hipóteses de que a causa da morte poderia ter sido infecção, pneumonia e até meningite, mas foi dada como “causa indeterminada” num primeiro momento.

A polícia, então, deu início às investigações. “Ela melhorava no hospital e piorava em casa. O veneno era aplicado de forma muito pequena, que não chamava a atenção, de modo que, com o tempo, gerou sua morte”, disse o delegado Wagner Bassi Júnior.

A indenização

Mirella tinha direito a uma indenização porque a mãe morreu vítima de um erro médico durante o parto. A ação foi movida pelos avós maternos da criança. Em 2019, após 10 anos, o processo foi encerrado, e o hospital foi condenado a pagar uma indenização de R$ 800 mil à família, já descontando os honorários advocatícios.

Parte do dinheiro ficaria depositada em uma conta para a menina movimentar quando fizesse 24 anos. A Justiça autorizou que fosse usada uma pequena parte desse fundo para despesas da criança, mas a maior quantia só poderia ser acessada na idade determinada. O dinheiro começou a ser pago neste ano.

Até 2018, a menina era criada pelos avós paternos. Em 2017, a avó morreu e, no ano seguinte, o avô também faleceu.

“Essa menina sofreu muito na vida. A mãe morreu no parto e não chegou a conhecer a filha. Em virtude da morte da mãe ela recebeu a indenização e começou a ser pago no ano passado. Os avós paternos, que a criaram, faleceram ano passado. Em virtude disso ela foi morar com o pai e a madrasta”, explicou o delegado.

Então, a garota passou a ser criada pelo pai e pela madrasta, Jaira Gonçalves de Arruda. A partir daí, a mulher deu início ao plano de matar a criança para ficar com a indenização, segundo investigadores.

“O crime de envenenamento foi muito bem pesquisado e elaborado. O veneno é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há dois anos. “Ele intoxica de forma rápida. Infelizmente, acha-se de forma abundante no mercado negro”, finalizou o delegado.

O pai da vítima será ouvido para que se saiba se houve omissão por parte dele. “Se esse crime estava acontecendo dentro de casa, onde ele residia, a postura dele está sendo investigada”, alertou Bassi. Um computador foi apreendido na casa e será periciado.

 

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