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João de Deus tem a 10ª denuncia apresentada por crimes sexuais

Ao todo, são 15 novos casos que ocorreram entre 2015 e 2016. No entanto, 10 prescreveram e o médium responderá por cinco crimes desta nova denuncia

Marcus Eduardo Pereira

29/10/2019 23h01

Da Redação
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Uma nova denúncia contra João Teixeira de Faria, o João de Deus, foi apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), na manhã desta terça-feira (29), em Goiânia. A décima denúncia por crime sexual contra o médium, preso, mas que nega ter cometido os crimes.

Ao todo são 15 casos que motivaram a nova denúncia, no período entre 2015 e 2016. Dos casos, no entanto, apenas cinco poderão ir a julgamento, já que os outros 10 prescreveram.

De acordo com o promotor do caso, Luciano Miranda, devido ao estado saúde físico e mental das vítimas, o MP entendeu que o crime se trata de estupro de vulnerável.

“Eram vítimas que estavam frágeis, acometidas de doenças, como câncer, por exemplo”, comentou Miranda que ainda explicou que a prescrição dos 10 casos em questão se deu em razão da idade de João de Deus, hoje com 78 anos.

Segundo o promotor, a partir dos 70 anos de idade, o prazo prescricional cai pela metade. Os crimes prescreveriam em 20 anos, mas no caso de joão de Deus, prescreve em 10.

Mesmo com a prescrição da maioria dos casos, todas as mulheres mencionadas nessa denúncia deverão ser ouvidas pelo Judiciário, como testemunhas ou informantes.

Segundo o Ministério Público, o número de vítimas supera 330. Dessas, 133 já possuem depoimentos no Judiciário. Outras 80 constam como testemunhas ou informantes. As demais ainda terão os casos analisados pelo MP para que seja avaliada a possibilidade de oferecer novas denúncias por crimes sexuais.

A promotora Ariane Patrícia Gonçalves afirmou que não houve conjunção carnal nesses casos, mas vários tipos de atos libidinosos, como masturbação, toque nos órgãos genitais, além de sexo oral.

De acordo com a denúncia, João de Deus praticou os abusos sexuais em salas de atendimento fechadas. Ele dizia que “não era sexo”, mas sim algo que fazia parte de um tratamento espiritual.

As vítimas da nova denúncia são do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

O caso

João de Deus está preso desde 16 dezembro de 2018. Ele sempre negou que tivesse abusado sexualmente de mulheres e adolescentes que o procuravam na Casa Dom Inácio de Loyola para atendimentos espirituais.

Em março, João de Deus foi levado para um hospital de Goiânia. Ele ficou mais de dois meses internado com um aneurisma no abdômen. Por determinação da Justiça, voltou ao presídio em 6 de junho, onde está desde então.

A defesa tenta a transferência para a prisão domiciliar, mas teve o pedido negado diversas vezes. Ele já saiu por mais de uma vez do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia para fazer exames.

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