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Idoso de 77 anos é acusado de abusar sexualemente de sete crianças em BH

Mesmo com sete acusações o idoso deve responder apenas por três crimes, já que os outros quatro abusos aconteceram há cerca de 20 anos

Redação Jornal de Brasília

15/06/2020 16h36

A Polícia Civil revelou que um homem, de 77 anos, foi preso acusado de abusar sexualemtne de pelo menos sete crianças, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

As investigações, iniciadas há um mês, apontaram que entre as vítimas estão uma menina de 10 anos, duas adolescentes de 17, duas mulheres de 29 e uma de 33, todas abusadas durante a infância. A maioria das vítimas é do mesmo ciclo familiar e sofriam os abusos quando iam visitar a avó, que era vizinha do suspeito. 

A desconfiança em torno do homem começaram quando a prima mais velha descobriu que a garota mais nova, de 10 anos, estava frequentando a casa do idoso. “Fiquei com medo que ele fizesse com ela o que fez comigo na minha infância e, embora não tivesse revelado nada do que sofri nesses anos todos, me senti na obrigação de alertar os pais dela de que ele não era alguém confiável. Foi quando todo mundo começou a me questionar porque eu estava falando aquelas coisas e eu abri o jogo. Infelizmente, já era tarde, porque ele já tinha abusado dela”, disse a vítimas, de 29 anos, que preferiu não se identificar.

Quando a mulher resolveu falar sobre os abusos que sofrera na infãncia, outras duas primas, de 17 anos,  resolveram revelar que também foram vítimas do homem. “Os abusos começaram quando eu tinha cerca de 5 anos e, naquela época, eu não sabia o que era aquilo, se era certo ou errado. Ele passava as mãos em mim, me obrigava a tocar o órgão genital dele também e dizia que se eu contasse para alguém iria matar minha avó”, disse uma das jovens, que durante anos se automutilou, tentou tirar a própria vida e hoje luta contra a depressão.

“Ele não tinha o direito de fazer aquilo comigo. Eu era só uma criança e o certo seria que isso tudo acontecesse na hora certa, quando eu estivesse preparada e com a pessoa que eu escolhesse. Marcou demais minha infância e, durante muitos anos, me impediu de me relacionar afetivamente. Tinha medo, me sentia muito insegura para namorar”, desabafou. 

A mãe da outra adolescente e tia da criança, de 10 anos, explicou que não esperava isso do idoso já que ela era amigo da família. “Ele sempre foi amigo de todos, frequentava a casa da minha sogra, tinha livre acesso à residência. Está sendo muito difícil para todos nós. Esse abuso causou muitos problemas à minha filha. Já tivemos que recorrer à médicos, porque teve uma época que ela não conseguia nem dormir, precisava de remédios, enfrentou uma depressão fortíssima. Agora, o mesmo está acontecendo com a minha sobrinha de 10 anos, que ficou lá em casa um dia desses e está claramente apavorada, têm crises repentinas de choro, não quer ficar sozinha de jeito nenhum”.

Segundo Ariadne Elloise Coelho, delegada do caso, o homem usava sua neta para atrair a vítima de 10 anos para sua residência. “Ele tem uma neta de 13 anos, que já foi ouvida e garantiu que nunca foi assediada pelo avô, porém, ela relatou que muitas vezes percebia a coleguinha amedrontada na presença dele, que achava estranho quando ia na cozinha, por exemplo, e quando voltava, ela estava sentada no sofá do lado do avô”, explicou. 

Ainda de acordo com Ariadne , o idoso não usava da violência para atrair as vítimas, mas oferecia balas, doces e dinheiro para ganhar a confiança das crianças e não tinha nenhuma passagem pela polícia. “É um traço típico de pessoas que cometem esse crimes. Geralmente são amigos ou até parentes das famílias das vítimas, são prestativos, educados e, justamente por isso, não levantam suspeitas de ninguém”, ressaltou.

Por conta das acusações o idoso está preso preventivamente no Ceresp da Gameleira, em Belo Horizonte. Ele deve responder por estupro de vulnerável e pode ficar preso por até 15 anos.

Caso o idoso seja condenado, no entanto, por conta da idade, ele poderá receber o benefício da prisão domiciliar. “Ele nega tudo. Diz que já chegou a passar a mão na perna de uma das meninas, mas sem intenção de satisfação sexual. Além da idade, neste momento de pandemia, é possível que a justiça considere que ele também está vulnerável, uma vez que está no grupo de risco. Com isso, a condenação pode acabar, sim, em prisão domiciliar”, pontuou a delegada.

No entanto, no fim do inquérito, caso seja condenado, devido à idade, o homem poderá ser condenado à prisão domiciliar. “Ele nega tudo. Diz que já chegou a passar a mão na perna de uma das meninas, mas sem intenção de satisfação sexual. Além da idade, neste momento de pandemia, é possível que a justiça considere que ele também está vulnerável, uma vez que está no grupo de risco. Com isso, a condenação pode acabar, sim, em prisão domiciliar”, apontou a delegada.

Mesmo com sete acusações o idoso deve responder apenas por três crimes, já que os outros quatro abusos aconteceram há cerca de 20 anos.

A vítima que denunciou todos os abusos disse que as possibilidades de pena à domicílio e julgamento de apenas três casos é revoltante. 

Para a vítima, que decidiu denunciar os abusos para proteger a prima de 10 anos, a possível sentença é revoltante. “O que ele fez deixou marcas profundas em todas as vítimas e certamente deixará na minha prima pequena. Ele tem que pagar por tudo que fez. Até porque, eu fui abusada há 20 anos e, mesmo depois de todo esse tempo, ele não parou com isso. Prova disso é o que ele foi capaz de fazer com minha prima, usando a própria neta como isca”, lamentou.

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