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Filha denuncia erro da polícia após mãe ser esfaqueada, queimada e morta pelo ex

Estudante afirma que mãe foi mais uma vítima de feminicídio, mas, de acordo com ela, polícia considerou caso como briga de casal

Redação Jornal de Brasília

12/05/2020 7h37

A dona de casa Rosicleide de Oliveira dos Santos, de 47 anos, veio a óbito no dia 29 de abril, após ter sido esfaqueada pelo ex-companheiro, um vigilante de 55 anos. A filha da vítima apontou um erro da polícia na investigação e registro do caso. Após ferir Rosicleide, o vigilante ainda teria ateado fogo no colchão em que ela estava. A dona de casa teve uma parte do corpo queimada e faleceu poucos dias depois.

O crime ocorreu em Praia Grande-SP. A estudante Rafaela Regina de Oliveira, de 22 anos, relata que a mãe tentou se defender com uma tesoura, mas o vigilante a atingiu com quatro golpes de faca. A estudante afirma que Rosicleide foi mais uma vítima de feminicídio. De acordo com ela, a polícia considerou o caso como uma briga de casal e alegou não ter conhecimento de quem teria sido a vítima, já que os dois envolvidos estavam feridos. 

Rafaela explica que no dia 28 de abril, por volta das 23 horas, ela conversou com a mãe por telefone e ambas permaneceram trocando mensagens até 1h30 do dia 29 de abril. A filha afirma que a vítima disse a ela, naquela noite, que o ex-companheiro, que apenas morava na mesma casa que ela, mas não mantinham nenhum relacionamento, a provocava naquele dia. “Na verdade, ele é alcoólatra e estava alcoolizado. Meu irmão morava com eles dois e, na terça-feira do ocorrido, foi justamente o dia que meu irmão mudou de casa e dormiu na nova residência. Então, provavelmente o ex da minha mãe já estava premeditando fazer isso. Nesse dia, minha mãe falou que ele estava procurando motivos para brigar”, explicou Rafaela ao Portal G1.

Após pararem de trocar mensagens, ambas foram dormir. No dia seguinte, Rafaela enviou mensagem para a mãe, mas não obteve resposta.

“Quando deu 18h do dia 29, meu irmão foi para a casa da nossa mãe e deu de cara com uma cena de terror. O local estava todo ensaguentado. O vizinho contou que, por volta das 2h, 20 minutos depois de eu falar com ela, ouviu gritos de socorro e chamou a polícia. Minha mãe gritava por ajuda. Quando a PM chegou, o policial avistou ele nu em cima dela e desferindo golpes de faca”, afirma a filha.

Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada e, ao chegar na residência, os agentes perceberam que a porta estava trancada. Pela janela a equipe avistou o vigilante sem roupas e ensaguentado. Em seguida, ao ver a presença das autoridades, o homem afirmou que iria se vestir para abrir a porta.

Antes do homem abrir a porta, a vítima gritou por socorro e os policiais entraram pela janela da casa. Ao entrar no quarto, um dos agentes viu o investigado em um colchão no chão, com uma faca em punho tentando atingir a vítima. Assim que ele viu o policial, jogou a arma branca no chão.

A guarnição acionou uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Enquanto a Polícia Militar aguardava a chegada da equipe médica, o vigilante ateou fogo ao colchão em que a vítima estava deitada. De acordo com Rafaela, um dos policiais conseguiu tirar Rosicleide do fogo, mas ela ainda teve uma pequena parte do corpo queimada.

Rafaela relata ainda que, após a mãe ser internada e vir a óbito, o ex-companheiro de Rosicleide, que também estava sob observação no hospital, teve alta e saiu sob custódia da polícia.  A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que as investigações ainda estão em andamento.

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