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Filha de casal carbonizado confessa participação em roubo

Casal e filho adolescente foram carbonizados; suspeitos do crime queriam dinheiro que estava em cofre da casa da família

Redação Jornal de Brasília

06/02/2020 11h32

A filha do casal assassinado junto no ABC Paulista e a companheira dela confessaram, nesta quarta-feira (5), que participaram de parte do crime. Em novo depoimento à polícia, Anaflávia Gonçalves, 24 anos, e Carina Ramos, 31, admitiram que tiveram participação no roubo à casa da família, mas negaram envolvimento nas mortes.

Os corpos da família foram encontrados carbonizados dentro de um carro em São Bernardo do Campo-SP na terça-feira (28). No crime morreram Flaviana Gonçalves, 40 anos, o marido Romuyuki Gonçalves, 43, e o filho adolescente, Juan Victor Gonçalves, 15.

Roniyuki, Flaviana e Juan Victor. Foto: Reprodução/TV Globo

 

Primo confessa participação

No depoimento de segunda-feira (4), Juliano Ramos Júnior, primo de Carina, disse que, dois dias antes dos assassinatos, ele, Carina, Anaflávia e mais dois comparsas fizeram uma reunião para combinar um roubo à casa da família porque ali teria cerca de R$ 85 mil guardados.

Juliano explicou que, no dia do crime, os três homens entraram no condomínio no carro de Ana Flávia e, já dentro da casa, simularam um assalto. Ele contou ainda que Romuyuki e o filho Juan Vitor foram torturados no andar de cima do imóvel para que passassem a senha do cofre, mas eles não sabiam a combinação.

Romiyuki e Juan Victor foram torturados a pauladas e mortos ainda em casa. Os suspeitos os colocaram no porta-malas e queimaram o carro em uma via de Santo André-SP, próxima ao Rodoanel, cidade do crime.

Cronologia do crime

  • Às 18h de 27 de janeiro, Anaflávia – filha do casal Romuyuki e Flaviana e irmã de Juan Victor – chega no próprio veículo modelo Palio à casa onde moravam os pais e o irmão, em um condomínio fechado em Santo André, também no ABC Paulista. O carro entra e sai do imóvel algumas vezes.
  • Às 20h, a namorada de Anaflávia, Carina, chega a pé usando um agasalho com capuz.
  • Por volta da meia-noite, Flaviana chega dirigindo o carro da família, modelo Jeep Compass de cor azul, encontrado posteriormente carbonizado.
  • Quase 3 horas depois, por volta da 1h da manhã de 28 de janeiro, os dois carros – o Palio e o Jeep – saem juntos do condomínio. Quem dirige o carro da família neste momento é Carina, com Flaviana no bando atrás do motorista.
  • Às 2h50 , o Corpo de Bombeiros recebe chamado para atender à ocorrência de um carro incendiado na Estrada do Montanhão, em São Bernardo do Campo.
 

O que foi constatado por perícia

  • Em 28 de janeiro, o carro da família foi encontrado em chamas na Estrada do Montanhão, em São Bernardo do Campo, próximo ao Rodoanel. O local fica a cerca de 6 km do condomínio de sobrados em Santo André onde a família morava.
  • Havia dois corpos totalmente carbonizados no porta-malas do veículo.
  • Os três corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) Central, onde foram feitos exames para identificação. Dois dias depois, um laudo apontou que a causa da morte dos 3 foi traumatismo craniano, possivelmente em decorrência de pauladas na cabeça. As vítimas, então, foram mortas antes de terem os corpos queimados na Estrada do Montanhão.
  • A polícia encontrou a casa da família revirada. Os policiais também identificaram que foram levados objetos de valor, como joias, TV e videogame, e dinheiro em espécie que somam a quantia de R$ 8 mil em moeda nacional e estrangeira, além de uma arma antiga quebrada, que pertenceu ao avô de uma das suspeitas, Anaflávia.
  • Em 1º de fevereiro, exames feitos pela polícia confirmaram a presença de sangue humano na casa da família, nas escadas, nas roupas e na máquina de lavar.
  • A polícia teve acesso a imagens de câmeras de segurança da portaria do condomínio, que mostraram a visita de Anaflávia aos pais na noite que antecedeu a madrugada do crime, seguida da saída do carro dela e da família do local.

O que falta saber

  • A polícia tem como uma das linhas de investigação uma possível briga familiar. A outra hipótese seria de um latrocínio – roubo seguido de morte, mal sucedido. A polícia cogita ainda que o grupo queria a herança que Flaviana e Romuyuki deixariam depois de mortos.
  • A investigação ainda não está certa de que Flaviana foi obrigada a dirigir o carro da família até a estrada com o marido e o filho no porta-malas, antes de ser morta na via, ou se foi morta junto com Romuyuki e Juan Victor.
  • A investigação procura a arma usada para matar as três vítimas.
  • A investigação ainda tenta identificar um sexto suspeito. (Com informações do G1)

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