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Estudantes são detidos após filmar PMs comendo em acampamento golpista

Os bolsonaristas acampados declaram não aceitar o resultado das urnas

Redação Jornal de Brasília

14/12/2022 7h45

Foto: Reprodução

Dois estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foram detidos na segunda-feira (12) por terem filmado dois policiais militares que comiam num acampamento golpista montado por bolsonaristas na frente da 13ª Brigada Infantaria Motorizada, na Avenida do CPA, em Cuiabá.

Os bolsonaristas acampados declaram não aceitar o resultado das urnas – que registraram o desejo da maioria dos brasileiros e não tiveram caso de fraude detectada, inclusive pelas Forças Armadas. Os manifestantes defendem abertamente um golpe – por meio de intervenção militar no governo, uma afronta à Constituição do Brasil e à democracia.

Saiba o que houve


Denilson D’Arc, secretário da Juventude do PT em Mato Grosso, e Clarinda Castro, filmaram policiais militares comendo numa tenda do acampamento golpista promovido por bolsonaristas.

“Aí… porque os policiais militares de Mato Grosso adoram vir na manifestação dos golpistas… porque aqui tem churrasquinho, tem café da manhã, tem almoço… agora é o horário do lanchinho deles. Por isso a Polícia Militar tá aqui.. porque aqui tem os privilégios, entendeu?”.

Bolsonaristas percebem a filmagem, dizem que os estudantes os haviam xingado. Eles avisam o subtenente Arildo Fernandres da Silva e o sargento Kelciano Ribeiro Novais, que pedem para ver o vídeo. Os estudantes se recusam.

Denilson relatou em vídeo que, quando se identificou à polícia, um dos manifestantes pesquisou na internet o nome dele e encontrou informações sobre a filiação dele ao PT. Foi quando, segundo o estudante, o manifestante mostrou o celular ao policial e, momentos depois, ele foi levado até a viatura da PM.

A PM informou que a equipe decidiu levar os estudantes para a delegacia porque eles seguiam na frente do quartel, enquanto eram cercados por bolsonaristas. A decisão de levá-los para a delegacia foi para “evitar maiores transtornos ou até mesmo agressões mútuas”, segundo o boletim de ocorrência.

Denilson disse que decidiu filmar a movimentação em frente ao quartel porque o acampamento golpista o “obriga a ficar no meio da rua ou se deslocar até outro ponto” para pegar o ônibus.

Os estudantes foram liberados após serem ouvidos pela Polícia Civil.

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges, pediu nesta terça-feira (13) abertura de investigação sobre a conduta dos policiais militares e sobre a presença deles nos atos antidemocráticos.

A Ouvidoria da PM diz que os os policiais militares fizeram perguntas e revistaram os estudantes e decidiram “levá-los à delegacia sem clara acusação”. O órgão pediu informações à PM e vai acompanhar o caso.

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