Menu
Na Hora H!

Diretora pede “chicote do bom” para bater em professora negra

Taynara Silva foi surpreendida pela fala racista enquanto dava aula para alunos do ensino médio 

Redação Jornal de Brasília

06/02/2020 13h51

A professora Taynara Cristina Silva, de 25 anos, passou por uma situação revoltante nesta quarta-feira (5), ao dar aula para jovens do 3º ano do ensino médio. Ela alega ter sido vítima de racismo por parte da diretora da instituição e denunciou a mulher pelas ofensas.

De acordo com os relatos, a professora dava aula quando a diretora chegou na sala e a culpou pelo filho, que trabalha na administração pública da escola, ter batido o carro, pois estaria conversando com Taynara no WhatsApp. Na ocasião, uma aluna defendeu a professora e disse que o homem estava errado ao usar o telefone dirigindo. O caso ocorreu em Maceió-AL. 

A diretora então respondeu dizendo: “A Taynara é muito ousada. Quando vocês forem a Ouro Branco [no sertão de Alagoas], onde tem o melhor couro, compre um chicote do bom para eu dar uma chicotada nela para que ela relembre do tempo que ela pretende voltar”, contou a professora. 

Taynara relatou que, após a fala, e diante da repercussão com os alunos, a diretora tentou remediar a situação: “Disse que foi um teste, ‘uma brincadeira’, para ver se os alunos estavam absorvendo a aula”. Segundo a professora, quando a mulher saiu da sala, algumas estudantes negras choraram e ela também não conteve as lágrimas.

Após o ocorrido, a diretora foi se retratar com Taynara e teria dito que “a empregada dela é como se fosse da família e que foi uma brincadeira”. “E disse ainda que poderia ter escolhido uma professora branca, mas me escolheu ‘mesmo sendo negra’”, contou a docente.

Revoltados com a situação, alunos fizeram um protesto em frente à escola, na manhã desta quinta-feira (06/02/2020), em repúdio ao ato da diretora. “Isso precisa ser corrigido, precisa ser feita a Justiça”, disse a professora.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado