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Coronavírus: cirurgião relata depressão “não é fácil ficar isolado”

Profissional de saúde acredita que contraiu doença enquanto atendia paciente contaminado com coronavírus, durante plantão do início do mês de maio

Redação Jornal de Brasília

22/05/2020 8h52

Após ficar curado, o médico cirurgião Semer Ali Mahamoud, de 38 anos, relata como foi o período de recuperação da Covid-19.  Ele conta que sentiu medo de não se curar e da possibilidade de infectar os pais, que moram com ele e fazem parte do grupo de risco.

O profissional de saúde é morador de Guarujá-SP. Semer acredita que contraiu a doença enquanto atendia um paciente contaminado com o novo coronavírus, durante um plantão do início do mês de maio. No dia 4 de maio ele sentiu os primeiros sintomas: febre, dores musculares e dor de cabeça. “Mesmo tomando todos os cuidados, acabei me infectando. Como mantive o mesmo quadro, no dia seguinte decidi ir até o hospital e fazer o exame”, relatou ao Portal G1.

Semer optou por fazer o tratamento em casa e foi acompanhado por médicos à distância. Após 10 dias dos primeiros sintomas, ele sentiu uma melhora dos sintomas. “Consegui me recuperar bem e não precisei ser internado”, explica. No entanto, o médico afirma que viveu momentos de medo e apreensão, quando recebeu o diagnóstico da doença. “Eu fiquei com medo, porque sabia que é uma doença imprevisível. Eu ficava ansioso, não sabia como ia ser a minha evolução ao longo dos dias. Ficava uma incógnita, não sabia se ia melhorar ou não”.

Os pais de Semer são do grupo de risco, por terem mais de 60 nos e apresentarem comorbidades, o que aumentou a preocupação do médico. O isolamento foi cumprido de todas as formas: Semer usava descartáveis para comer, ficava somente dentro do quarto e não entrava em contato direto com os pais. Ficar isolado de tudo fez com que Samer se sentisse depressivo.

“Esse isolamento é depressivo, para falar a verdade. Bate uma depressão. Eu sabia que, do outro lado, meus pais estavam lá, mas eu só ficava dentro do quarto. Eu falava com os meus pais por telefone, mas, realmente, não é fácil ficar isolado”, afirma.

Após 14 dias em isolamento, Samer ficou livre da doença e voltou a realizar os seus atendimentos no Guarujá.”Não é só uma gripezinha, é uma doença grave e imprevisível. É necessário que se tome todas as precauções. Precisa de isolamento social. Nós, da área da saúde, mesmo com todos os paramentos, estamos pegando. Precisa do máximo de cuidado para não se infectar e infectar os outros também”, finaliza.

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