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Condenado vomita e convulsiona durante sua execução nos EUA

John Grant, um afro-americano de 60 anos, foi condenado à morte em 2000 pelo assassinato de uma funcionária da prisão.

Redação Jornal de Brasília

29/10/2021 8h08

Um prisioneiro condenado à morte vomitou e teve convulsões durante sua execução nesta quinta-feira (28) em Oklahoma, nos Estados Unidos, onde seus algozes usaram um coquetel letal suspeito de causar dores excruciantes.

John Grant, um afro-americano de 60 anos, foi condenado à morte em 2000 pelo assassinato de uma funcionária da prisão.

Depois de receberem aval da Suprema Corte, as autoridades carcerárias do conservador estado rural do sul injetaram nele três substâncias e sua morte foi confirmada às 16h21 (18h21 de Brasília).

O protocolo já havia sido aplicado em 2014 e 2015, mas o aparente sofrimento dos condenados levou o estado a suspender temporariamente as execuções.

Grant “começou a convulsionar logo após a injeção do primeiro produto”, disse um jornalista da agência americana AP, que assistiu à execução. Ele teve cerca de 20 convulsões e vomitou várias vezes antes de morrer, acrescentou.

“Presenciei 14 execuções, nunca tinha visto isso”, comentou o jornalista.

A situação de Grant imediatamente atraiu fortes críticas. “Oklahoma sabotou suas três últimas tentativas de execução antes de sua pausa de seis anos, mas aparentemente não aprendeu nada com essa experiência”, disse à AFP Robert Dunham, que dirige o Centro de Informações sobre Pena de Morte (DPIC).

Há poucos dias, os serviços penitenciários de Oklahoma, no entanto, afirmaram em um comunicado que seu protocolo era “humano e eficaz” e que as execuções poderiam recomeçar.

No entanto, para o advogado de vários condenados, Dale Baich, ainda havia “sérias dúvidas” sobre o sofrimento causado pelo coquetel letal e sua conformidade com a Constituição, que proíbe as “penas cruéis ou incomuns”.

Na quarta-feira, um tribunal de apelação decidiu em favor de Grant e suspendeu a execução, mas as autoridades de Oklahoma recorreram imediatamente à Suprema Corte dos EUA em busca de reverter a decisão.

Sem explicar os motivos, a mais alta corte americana deu luz verde à execução nesta quinta. Seus três juízes da ala progressista discordaram da maioria conservadora.

O protocolo combina um sedativo, o midazolam, e um anestésico para prevenir a dor antes da injeção da dose letal de cloreto de potássio. Foi usado em 2014 para executar Clayton Lockett, mas o condenado agonizou por 43 minutos em aparente sofrimento até morrer.

Depois desse e outros problemas, um grande júri abriu uma investigação e as autoridades concordaram em suspender a aplicação da pena de morte.

Em 2020, finalizaram um novo protocolo e marcaram várias execuções para 2021, começando com Grant.

Grant assassinou em 1998 com uma chave de fenda uma mulher que trabalhava no refeitório da prisão onde cumpria pena por assalto à mão armada.

© Agence France-Presse

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