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Cinco dos seis suspeitos de tortura no Extra são presos

Caso teria acontecido em 2017, mas só veio à tona na semana passada. Homem foi torturado, humilhado e colocado em situação vexatória por ter pego três pedaços de carne

Willian Matos

25/09/2019 8h41

Willian Matos
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Nesta terça-feira (24), foram presos cinco dos seis suspeitos de torturar um homem com choques elétricos e golpes de cabo de vassoura em uma unidade dos hipermercados Extra localizada na Zona Sul de São Paulo, no bairro do Morumbi. Dos seis, quatro eram funcionários do estabelecimento e dois eram seguranças terceirizados da empresa G8.

O principal suspeito é um dos terceirizados, Valdeir do Nascimento Santos. Segundo a delegada Roberta Guerra Maransaldi, do 89º Distrito Policial (DP), ele confessou participação no crime de tortura. “Ele confessou a participação no crime, detalhou e individualizou a conduta de cada autor”, disse. “Fomos atrás dos outros indivíduos e, na segunda confissão, do autor Emanuel Fernando dos Santos, que era funcionário do Extra, foi possível confirmar a versão inicial do Valdeir”, completou.

Os investigadores acreditam que o crime tenha ocorrido há tempos, em 2017. À época, o homem torturado teria tentado furtar três peças de carne do estabelecimento. Os seis suspeitos o detiveram e conduziram até uma sala vazia. Lá, o chefe do setor, Ademir Ferreira dos Santos, colocou dois seguranças na porta do cômodo, para que a tortura acontecesse sem que ninguém percebesse. A barbárie durou cerca de 15 minutos.

O homem torturado foi amordaçado com um fio elétrico, teve as calças abaixadas e sofreu golpes com um cabo de vassoura dados por Ademir. Valdeir do Nascimento Santos, segurança da G8, utilizou uma máquina de choque na tortura. Além de torturar, os suspeitos gravaram tudo, obrigando o homem a falar “eu errei e me ferrei” e “galera, não rouba mais no Extra Morumbi”.

Os suspeitos são:

  • Ademir Ferreira dos Santos, chefe do Setor de Prevenção de Perdas
    Atuava na mesma unidade do Extra até a repercussão do vídeo, quando foi desligado. Ele desferiu os golpes com cabo de vassoura na mão da vítima. Prestará depoimento nesta quarta (25).
  • Emanuel Fernando dos Santos, funcionário do Setor de Prevenção de Perdas
    Prestou depoimento e confessou a participação no crime. Seguia como funcionário na mesma unidade até esta terça-feira (24), quando foi preso. Os pés dele aparecem no vídeo, revelando que ele chega perto da vítima, mas se omite e nada faz. Foi indiciado na modalidade tortura – omissão.
  • Antônio Soares Almeida, funcionário do Setor de Prevenção de Perdas
    Durante a ação, permaneceu quieto em um canto da sala. Assim como Emanuel, participou de forma omissa. Já estava desligado da empresa e foi preso nesta terça. Também prestará depoimento nesta quarta (25).
  • Renato Cesar Gali Barbosa, funcionário do Setor de Prevenção de Perdas
    Também seguia como funcionário do Grupo Pão de Açúcar, mas havia sido transferido para uma unidade no Recife-PE. Foi preso nesta terça, no avião, em Congonhas. A investigação aponta que ele é o autor da filmagem e da divulgação do vídeo. Prestará depoimento nesta quarta (25).
  • Valdeir do Nascimento Santos, segurança da empresa terceirizada G8
    Foi o primeiro a se apresentar, de forma espontânea, na delegacia. É funcionário da G8 e até esta terça atuava em uma unidade da empresa no litoral, quando foi preso. Na ação, utilizou a máquina de choque por diversas vezes. Em depoimento, confessou a participação no crime. Foi indiciado na modalidade tortura – ação.
  • Marcelo Fernandes dos Santos, segurança da empresa terceirizada G8
    Foi desligado da empresa em maio de 2018 e ainda não foi localizado pela polícia. A participação na ação é a de se omitir, já que observa dentro da sala e nada faz.

Com informações do portal G1.

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