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Cientistas “derrubam” teoria sobre como os planetas se formaram

Estudo questiona a hipótese de os planetas terem se formado através de uma colisão violenta de matéria. Para cientistas, este processo foi suave

Redação Jornal de Brasília

14/02/2020 9h11

Cientistas dizem ter “derrubado” a teoria que diz que uma colisão violenta de matéria havia formado aglomerados cada vez maiores até se formarem planetas. Em estudo publicado pela revista “Science”, o pesquisador principal do estudo, o cientista Alan Stern, confronta a tese.

Stern afirma que este processo de formação foi menos intenso, e que a matéria foi se fazendo suavemente, e não em uma colisão brusca. Em apresentação na reunião da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Seattle, nos EUA, o cientista disse que a descoberta foi de uma “magnitude estupenda”.

“Havia uma teoria predominante desde o final da década de 1960 de colisões violentas e uma teoria emergente mais recente de acumulação suave. Uma agora caiu por terra, e a outra é a única que está de pé. Isso raramente acontece na ciência planetária.”

Mais sobre o estudo

A pesquisa é um estudo detalhado de um objeto nos confins do Sistema Solar. Chamado Arrokoth, ele está a mais de 6 bilhões de quilômetros do Sol, em uma região chamada Cinturão de Kuiper. Ele é um remanescente primitivo da formação de um planeta.

Os objetos do Cinturão de Kuiper permaneceram praticamente os mesmos desde a formação do Sistema Solar, há 6 bilhões de anos. Eles são, assim, como fósseis perfeitamente preservados deste tempo distante.

Os cientistas obtiveram imagens de alta resolução de Arrokoth quando a sonda New Horizons, da Nasa, chegou perto dele há pouco mais de um ano. Isso deu aos cientistas a primeira oportunidade de testar qual das duas teorias concorrentes estava correta.

A análise de Stern e sua equipe não encontrou evidências de impactos violentos, como fraturas nem achatamentos, indicando que a matéria que o formou entrou em contato suavemente.

“Isso é totalmente conclusivo”, disse Stern. “O sobrevoo de Arrokoth nos permitiu verificar as duas teorias de uma vez.”

 

A teoria da aglomeração suave foi desenvolvida há 15 anos pelo professor Anders Johansen, no Observatório Lund, na Suécia.  Johansen disse que a confirmação de sua teoria “é um verdadeiro alívio”. “Lembro-me de quando era estudante e estava muito nervoso com esses resultados, porque eram muito diferentes dos anteriores. Estava preocupado que houvesse uma falha no código da minha simulção ou que eu tivesse cometido um erro de cálculo”, disse o cientista.

Com informações da BBC

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