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Cientistas anunciam possível sinal de vida em Vênus; pesquisadora pede cautela

Fosfina é gerada através da ação de micro-organismos que vivem dentro de animais e em ambientes pobres em oxigênio, como pântanos

Redação Jornal de Brasília

17/09/2020 11h24

Cientistas anunciaram, na segunda-feira (14), por meio da revista Nature Astronomy e pela Sociedade Astronômica Real de Londres, a descoberta de um gás que pode indicar a presença de micróbios na atmosfera de Vênus. A pesquisa aponta para o que está sendo considerado um forte indício de vida extraterrestre, no entanto, alguns pesquisadores pedem cautela ao tirar conclusões.

A fosfina é gerada através da ação de micro-organismos que vivem dentro de animais e em ambientes pobres em oxigênio, como pântanos. Esse mesmo composto foi detectado na atmosfera de Vênus por um conjunto de 45 das 66 antenas do observatório Alma, localizado no deserto do Atacama, no Chile.

Após a descoberta, os cientistas estudam a possibilidade da molécula, diferente do que acontece no planeta Terra, ser fruto de fenômenos que não envolvam organismos vivos. No entanto, os pesquisadores não chegaram a nenhuma resposta convincente e, por hora, a existência da fosfina em Vênus pode indicar a existência de organismos vivos.

Além disso, a astrofísica brasileira Duilia Fernandes de Mello, vice-reitora da Universidade Católica de Washington e pesquisadora junto à Nasa há 18 anos, relatou em entrevista à BBC a importância de realizar novos testes para confirmar a pesquisa.

“Era preciso que fosse feita uma reconfirmação com o próprio Alma”, disse ela.

De acordo com a cientista, o método utilizado pelos pesquisadores leva em conta uma razão entre o sinal emitido pelo objeto pesquisado e o ruído. No caso em questão, o sinal observado no planeta Vênus é muito fraco em relação ao ruído. Os ruídos são como interferências intrínsecas ao processo de observação e podem atrapalhar na detecção da substância.

Através do estudo, foi constatado uma quantidade de fosfina de 10 a 20 partes em cada bilhão de moléculas atmosféricas, em latitudes que variavam de 50 a 60 km de altitude. Pode parecer pouco, mas o valor é bastante significativo para o contexto científico.

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