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Caseiro decapita homem que, supostamente, estava possuído por “espírito maligno”

Indígena de etnia Macuxi, o caseiro foi detido pela Polícia Militar da região e disse que o crime foi em legítima defesa

Redação Jornal de Brasília

22/01/2020 11h12

O corpo de um homem foi encontrado, nessa segunda-feira (20), com vários golpes de faca e decapitado no Rio Tacutu, em uma fazenda no Norte de Roraima. O suspeito de assassinar o homem, ainda não identificado. é um caseiro de 48 anos. 

Indígena de etnia Macuxi, o caseiro foi detido pela Polícia Militar da região e disse que o crime foi em legítima defesa. Ele afirmou que se defendia do ataque de um espírito maligno da crença indígena, o “Canaimé”. 

Ele disse ao delegado responsável pelo caso, Alberto Alencar, que o homem estava em estado de onça por estar possuído pelo espírito. A vítima era guianense e conhecida na região apenas como Jhonata.

Segundo a crença indígena, Canaimé é um espírito maligno que se apodera de qualquer pessoa e a transforma em um monstro ou qualquer animal para fazer o mal. Segundo o delegado, a lenda foi utilizada para justificar o crime.

“Ele, por ser indígena, está se escondendo trás da lenda. Inclusive falou que esse ‘Canaimé’ já tinha aparecido por lá outras vezes e até matado gente na Guiana. Mas, ele deu mais de seis terçadas e arrancou a cabeça. Uma coisa é se defender, agora, dar mais de seis golpes? Tem alguma coisa errada”, afirmou o delegado ao G1.

Ainda em depoimento, o suspeito disse ao delegado que ia armar um malhador de pesca no rio quando foi surpreendido pela vítima. Ele contou que Jhonata, possuído pelo Canaimé, se transformou em um animal parecido com uma onça e o atacou.

“O caseiro conta que depois de dar as terçadas no guianense, ele voltou à forma normal e se transformou de novo em gente”, contou o delegado. Como não estava em flagrante, o caseiro foi ouvido e liberado.

A Polícia acionou o Instituto Médico Legal, que levou o corpo para Boa Vista. Após instauração do inquérito, serão ouvidos, nos próximos dias, novas testemunhas.

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