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As galinhas, nova paixão dos confinados no campo

Criação de galinhas se tornou uma atividade tão popular durante o confinamento que, na Bélgica, os produtores de aves se esforçam para acompanhar o ritmo

Redação Jornal de Brasília

08/05/2020 9h54

Seja para garantir ovos frescos ou para entreter as crianças, a criação de galinhas se tornou uma atividade tão popular durante o confinamento que, na Bélgica, os produtores de aves se esforçam para acompanhar o ritmo.

“É uma loucura”, confessam Martine e Christopher Denis, da granja Limal. O casal retomou a atividade dos pais do marido e ainda não acredita no número de clientes que esperam na porta, a uma distância razoável.

“A polícia veio uma vez! Queriam saber o que estava acontecendo aqui, viram carros, uma multidão de pessoas na calçada”, explica a esposa de Christopher, que tem certa notoriedade na pequena cidade de Wavre, cerca de 48 quilômetros ao sudeste de Bruxelas.

Na granja Limal, os clientes entram e saem a um ritmo constante nesses primeiros dias de maio, mais de um mês e meio após o início do confinamento, embora, como Martine explica, nem todos venham pelos mesmos motivos.

“A princípio, vinham aqueles que tinham medo de não ter comida e que procuravam galinhas para ter ovos. Depois, aqueles que planejavam construir um galinheiro e, como ficaram sem trabalho, aproveitaram a oportunidade”, lembra.

“E agora aqueles que não podem sair de férias vêm e pensam: ‘Vamos construir um galinheiro, isso manterá as crianças ocupadas’”, acrescenta a avicultora.

“O grande boom” 


Sophie Humblet veio com o marido para terminar seu projeto.

Embora o galinheiro esteja pronto, está um pouco decepcionada por ainda faltar um último esforço para tratar a madeira.

“Meu marido não está confinado. Ele trabalha, eu faço isso em casa. Tudo é tão calmo que eu posso cuidar dos pintinhos!”, confessa Sophie, cuja escolha passa por uma raça de galinhas poedeiras ‘Bleu de Landes’, que a família poderá comer mais tarde.

Algum conselho para o galinheiro? Isso afeta galinhas? É verdade que os ovos podem ser comidos no mesmo dia em que são postos? Apesar de suas buscas, o casal de Saint-Remy-Geest, a cerca de 30 minutos de carro, ainda tem muitas perguntas.

“Muitos clientes são novos, então você precisa explicar tudo sempre. É muito cansativo”, reconhece Martine Denis.

Com seu filho adolescente, Nancy Fernandez voltou menos de uma semana depois de comprar duas galinhas poedeiras, desta vez para aves de coleção. O entusiasmo da mulher, instalada no campo há seis meses, não diminuiu.

A nova paixão do seu filho de três anos pelas galinhas do vizinho a convenceu. “Era apenas um projeto” para as férias de verão, mas “devido ao confinamento e ao fato de termos ficado bloqueados em casa, pensamos ‘vamos aproveitar’”, confessa.

As vendas dispararam. “Normalmente, podemos vender 200 galinhas em um sábado, mas agora podemos chegar a 500-600”, diz Christopher Denis, para quem começa “a ser um pouco complicado” para algumas espécies poedeiras a um preço econômico de 13 euros.

Mas a escassez está se aproximando. “No momento estamos nos mantendo, mas chegamos ao início de maio, o mês do grande boom. Os idosos chegam e são todos bons clientes (…) Compram 10, 12, 20 galinhas. E, além disso, os mercados ainda estão fechados” .

Agence Frace-Presse

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