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Ação contra o tráfico de drogas tem dois mortos e 24 presos em Campinas

Segundo a PF, os suspeitos atuavam em “diversos estados brasileiros” e também no exterior, principalmente na Europa

Redação Jornal de Brasília

06/10/2020 16h49

Alfredo Henrique
São Paulo, SP

A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (6), em quatro estados, 35 suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem dinheiro. O aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (93 km de SP), é apontado pela instituição como a base de atividades do bando. Dois suspeitos morreram em uma suposta troca de tiros com agentes federais.

Foram presas 24 pessoas na região de Campinas, entre elas um policial civil e um militar, afirmou a PF. Durante as prisões na cidade, houve a suposta troca de tiros, que culminou na morte dos dois suspeitos. As circunstâncias do tiroteio não foram detalhadas pela instituição.

Segundo a PF, os suspeitos atuavam em “diversos estados brasileiros” e também no exterior, principalmente na Europa, onde membros da quadrilha recebiam e comercializavam a droga, despachada ilegalmente do aeroporto de Campinas.

As investigações começaram em fevereiro do ano passado, após policiais federais apreenderem 58 quilos de cocaína na área restrita de segurança no aeroporto de Viracopos. A droga seria despachada para a Europa.

A partir desta apreensão, a PF começou a investigar a ação da quadrilha, identificou lideranças e analisou o processo usado para embarcar grandes quantidades de droga, além dos métodos utilizados para lavar o dinheiro proveniente do tráfico internacional. Durante as apurações, foram apreendidos cerca de 250 quilos de cocaína, ainda de acordo com a instituição.

Ao todo, foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão nesta terça, além de 35 de prisão temporária em São Paulo, Mato Grosso, Amazonas e Rio Grande do Norte.

A PF explicou que os criminosos se organizavam em três núcleos. O primeiro atua externamente, gerindo o tráfico internacional, além de oferecer serviços a terceiros; o segundo núcleo, ainda de acordo com a PF, seria de funcionários e empregados de empresas aéreas, aliciados pelos criminosos do primeiro grupo para embarcar drogas em aeronaves. Já o terceiro núcleo é constituído por estrangeiros, principalmente europeus, que compravam e retiravam a droga dos aviões.

Durante as investigações, a PF também detectou que a quadrilha mudava a forma de se comunicar, de forma cifrada, a cada 15 dias. Isso era feito, ainda segundo a instituição, para burlar o sistema de segurança do aeroporto.

“A droga era introduzida no aeroporto, por meio veículos, com mantas. Ela também era deixada em lixeiras, salas do aeroporto, e depois era retirada pelo grupo [criminoso], que a introduzia em cargas ou bagagens enviadas ao exterior”, explicou Marcelo Ivo de Carvalho, delegado regional de investigação e combate ao crime organizado da Polícia Federal, durante coletiva de imprensa, na manhã desta terça.

Os bens dos suspeitos, contas bancárias e empresas identificadas como pertencentes à quadrilha seriam bloqueados e apreendidos ainda nesta terça, afirmou a PF.

RESPOSTA

A Concessionária Aeroportos Brasil, que administra Viracopos, afirmou por telefone ter colaborado com as investigações da PF.

Sobre a suposta participação de um policial militar e outro civil no esquema criminoso, PM e a SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), não haviam se posicionado até a publicação desta reportagem.

As informações são da FolhaPress

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