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17 trabalhadores são resgatados em situação de trabalho escravo

Camas eram improvisadas com galhos de árvores, carnes eram guardadas em varal e trabalhadores tomavam água borrosa que pegavam em um córrego

Redação Jornal de Brasília

11/12/2019 9h27

Dezessete trabalhadores foram resgatados em situação parecida a de escravidão em seis fazendas. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), os trabalhadores foram contratados para a produção de carvão vegetal e para a construção de cercas e casas. 

Ainda de acordo com o MPT, a operação feita entre o Ministério Público Federal, Superintendência Regional do Trabalho e Polícia Militar Ambiental ocorreu entre os dias 2 e 6 de dezembro. Nesse período, foram percorridos mais de 2 mil quilômetros.

De acordo com a ocorrência, as vítimas, sendo uma de origem paraguaia, foram retiradas de condições degradantes. Na propriedade rural, os trabalhadores estavam alojados em barracos improvisados com lona e galhos de árvores. Não havia iluminação e camas eram montadas no chão com galhos. Os trabalhadores faziam suas necessidades no mato. 

A água que eles utilizavam para consumo, banho e preparo de alimentos era colhida de um córrego por meio de galões. Armazenadas em garrafas PET, a água apresentava aspecto turvo e barroso. 

O caso ocorreu nos municípios de Bela Vista, Caracol e Porto Murtinho, ambos no Mato Grosso do Sul. Na cidade de Caracol, a fiscalização identificou um trabalhador que estava há dois meses na fazenda e recebia R$ 18 por forno de carvão vegetal – eram 23 unidades no local. Nesse intervalo de tempo, ele recebeu menos de R$ 500 e, desde que chegou à propriedade rural, não tinha retornado para o Município de Bela Vista, onde residia antes da contratação.

No local, ainda não havia preocupação com as condições de saúde e segurança em que os serviços eram executados. Entre outras irregularidades, não foram fornecidos equipamentos de proteção individual. 

As diligências da última semana tiveram início a partir de denúncia registrada no portal do MPT-MS e na sede do Ministério Público Estadual em Bela Vista. Esta última instituição, o denunciante disse que trabalhou durante dois meses em fazenda próxima a Porto Murtinho e que recebeu apenas R$ 100 pelos serviços na carvoaria.

Em abril deste ano, seis trabalhadores em condições análogas às de escravo foram resgatados de uma propriedade rural no Município de Rochedo, após serem flagrados em circunstâncias degradantes na produção de carvão.

Já em outubro, outras 13 pessoas, entre brasileira e paraguaia foram retiradas em situações de escravidão de fazendas nos municípios de Caracol e Bela Vista. Uma delas trabalhava há 11 anos na propriedade rural.

 

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