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Após uma semana de isolamento, epidemia desacelera na Itália

O balanço divulgado pela Defesa Civil nesta terça-feira (17) confirmou o quarto dia seguido de desaceleração no ritmo de novos contágios

Redação Jornal de Brasília

18/03/2020 12h33

A young tourist wearing a protective facemask and a Carnival mask visits the streets of Venice, on February 24, 2020 during the usual period of the Carnival festivities which the last two days have been cancelled due to an outbreak of the COVID-19 the novel coronavirus, in northern Italy. – Italy reported on February 24, 2020 its fourth death from the new coronavirus, an 84-year old man in the northern Lombardy region, as the number of people contracting the virus continued to mount. (Photo by ANDREA PATTARO / AFP)

Após uma semana de isolamento forçado em toda a Itália por causa do novo coronavírus (Sars-CoV-2), o país pode estar começando a ver uma luz no fim do túnel da pandemia que já contaminou 200 mil pessoas e deixou cerca de 8 mil mortos em todo o mundo.

O balanço divulgado pela Defesa Civil nesta terça-feira (17) confirmou o quarto dia seguido de desaceleração no ritmo de novos contágios, embora a situação ainda seja delicada, especialmente no norte do país.

Até o momento, a Itália contabiliza 31.506 pessoas afetadas pelo novo coronavírus, incluindo casos ativos, mortes e pacientes curados, o que representa um aumento de 12,60% em relação ao relatório de 16 de março, que havia registrado alta de 13,06% — no sábado e no domingo a expansão foi de, respectivamente, 19,80% e 16,97%.

Até 9 de março, quando o primeiro-ministro Giuseppe Conte anunciou o decreto que restringe a circulação de pessoas em todo o território nacional, a epidemia avançava a uma taxa média diária de 26,54%. Agora, considerando o período desde 28 de fevereiro, quando a Defesa Civil passou a divulgar apenas um balanço por dia, a média de crescimento é de 22,19%.

“É preciso esperar para cantar vitória, mas é interessante que este aumento não seja mais tão vertical. Acredito que isso seja já um sinal não de decréscimo, mas de desaceleração. Só não quero ser muito otimista, porque esses casos dados agora na verdade são antigos, talvez de infecções de 10 ou 11 dias atrás”, afirma, em entrevista à ANSA, o virologista italiano Fabrizio Pregliasco, professor do Departamento de Ciências Biomédicas para a Saúde da Universidade dos Estudos de Milão.

Com a disseminação do Sars-CoV-2 e da doença por ele provocada, a Covid-19, países do mundo inteiro vêm tomando medidas drásticas para “achatar” a curva epidêmica, ou seja, evitar um aumento vertiginoso no número de casos e manter o índice dentro do que pode ser suportado pelos sistemas de saúde nacionais.

Esse é o drama da Itália, que saiu de três para 31.506 contágios em 26 dias e agora vê hospitais sob ameaça de colapso por causa do ritmo agressivo da epidemia. O Hospital Papa Giovanni XXIII, em Bergamo, província mais atingida pelo Sars-CoV-2, já não tem mais vagas em sua unidade de terapia intensiva (UTI) para pacientes do novo coronavírus.

A província fica nos arredores de Milão, na Lombardia, e contabiliza 3.993 contágios, o que representa um impressionante índice de 358 para cada 100 mil habitantes. Se Bergamo fosse um país, seria o mais atingido pela epidemia em termos proporcionais — para efeito de comparação, a Itália tem 52 casos/100 mil habitantes.

Mas o ritmo de crescimento dos contágios na província também caiu nos últimos quatro dias: de um aumento de 20,95% em 14 de março para 6,20% no dia 17. No entanto, apesar da redução da velocidade de disseminação do novo coronavírus, ainda é difícil prever quando a Itália atingirá o pico da epidemia.

“Tem diversos modelos que colocam o pico nesta quarta, mas eu acredito ainda em três, quatro, cinco dias, uma semana, talvez, e depois esperamos uma lenta redução”, diz Pregliasco.

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