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Vôlei de Praia: Wolverine brasiliense

Arquivo Geral

17/04/2012 7h35

Ian Ferraz
ian.ferraz@jornaldebrasilia.com.br

Em frente à quadra seis do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, montado na Esplanada dos Ministérios, o brasiliense Harley Silva observa a esposa Cristine Santanna jogar. Enquanto torcia por aquela que o acompanha há cinco anos, ele bateu um papo com o Jornal de Brasília. Mesmo distante de Londres-2012, o atleta de 37 anos diz que não desistiu do grande sonho. Afinal, assim como ele mesmo se define e mostra com orgulho a tatuagem no braço direito do Wolverine (super-herói da Marvel), é um incansável, com poder de recuperação e  que já foi eleito o melhor jogador do Mundial.

Como está a expectativa para essa etapa do Mundial?

Estou muito feliz. Porque jogar dentro de casa é totalmente diferente. Estou com um parceiro novo (Evandro), estreante no Mundial.

 

E os adversários. Quem Harley terá de driblar no Mundial?

Eu e Evandro até chegamos antes a Brasília para nos adaptarmos. Um adversário que muita gente não percebe é a altitude. A bola muda um pouco,  parece que flutua mais, fica mais leve, é diferente. E dentro de casa a motivação é o dobro.

Quais são os principais rivais a serem batidos?

Na pior das hipóteses, são os brasileiros. Mas têm os americanos, os alemães… O time da Suíça, que tem um brasileiro, é muito bom. Tem os poloneses. Antes, a gente falava em um ou dois times. Hoje não. Se vacilar, você perde para quem nem conhece, nunca ouviu falar.

 

A vaga para as Olimpíadas ficou distante. Ainda crê?

Todo mundo que está ali tem chance. Até mesmo porque não é a dupla que consegue a vaga que vai (para os Jogos). Se você estiver bem, você vai.  Tenho chances. Claro que tem que estar bem para ir. Vou lutar para ir, não vou desistir não. É meu sonho e não vou desistir.

Lembra quantos parceiros teve ao longo da carreira?

É impossível. Acho que o cara que mais trocou de parceiro fui eu. Não fui eu que troquei de parceiro, eles que me trocaram. Eu sempre quis ter um time duradouro, uma longevidade grande para fazer um bom trabalho. Mas não aconteceu. Já fui campeão mundial com um parceiro, chegou no final de ano e ele disse que ia jogar com outro cara. Não posso fazer nada.

Acredita que foi feito de trampolim por eles?

Não acredito que seja trampolim. Ninguém pensa: vou jogar com o Harley porque quero ir bem e depois dou um pé na bunda dele. Acho que as pessoas me veem como um grande jogador e, os que estão crescendo, querem fazer da mesma forma. Já tive esse pensamento, que é jogar com um top e ir bem com ele. O que acontece depois é acaso.

Com tantas trocas também deu para aproveitar, não?

Cada um que jogo, eu vou tirando um pouquinho para mim, o melhor que cada um tem. Eu tento passar isso para os parceiros que eu tenho.

Mesmo com tantas conquistas, porque alguns patrocinadores ainda viram as costas para o vôlei de praia?

É até estranho. Um esporte vencedor e que sempre traz medalhas, títulos. É uma pergunta interessante. Precisamos de uma mídia mais forte, junto da gente, uma exposição maior.

 

 

Hoje você é mais carioca do que brasiliense. Mas o que a capital representa para você?

Não sou mais carioca não, cara. O sangue brasiliense corre aqui na veia. Moro no Rio pelo lado profissional mesmo. Chego aqui e dá uma saudade de ver todo mundo. É o lado de ter as raízes aqui, de ter nascido aqui, de voltar e se sentir em casa.

 

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