Longe das quadras de vôlei, Paulo Figueiró tentou manter-se perto da rede e da bola. Por conta de um estiramento no ombro, ele teve de deixar o esporte que praticou por anos e se adaptou ao tênis de mesa. No alto dos seus 1,80 m, ele garante que se fosse menor um pouco, seria um atleta mais completo na nova modalidade.
“Talvez me ajudaria, mas estou bem feliz com a minha altura”, brinca o servidor público. Além dele, outro colega também foi seduzido pelas raquetes e a bolinha: Joel George.
“Ele jogou futsal na seleção brasiliense e era um goleiro excepcional. Com o tempo descobriu o tênis de mesa e não saiu mais daqui”, comenta o professor Marildo Santos. No ano passado, Joel conquistou o Campeonato Brasileiro no Rio Grande do Sul ao lado do brasiliense Francisco Oliveira, mais conhecido como “Xiko”.
“É uma honra muito grande conseguir ser o vice em um torneio nacional e trazer isso para a nossa cidade. Estamos em uma idade avançada, mas o tênis de mesa nos faz rejuvenescer”, comenta o atleta de 49 anos – o mais velho do grupo dos 80 praticantes do clube. Xiko garantiu a posição com Joel na categoria Master 5.
Falta apoio
Embora o número de adeptos na capital seja grande, os atletas amadores reclamam da falta de apoio principalmente para a profissionalização deles. “Não tenho do que reclamar do número. Mas o grupo que compete mesmo, é mínimo”, lamenta o Marildo.
Olho nele
Vice-campeão brasileiro da categoria Master 5, o brasiliense Francisco de Oliveira, de 59 anos, não se intimidou com a forte chuva de ontem e foi treinar o tênis de mesa no clube Nipo. Com o foco de garantir a medalha de ouro no próximo torneio nacional, dia 20 de maio, em Fortaleza, ele não descarta o bom humor na hora de praticar. A força de vontade do “jovem experiente”, serve de incentivo aos demais atletas.
Pequena mexicana em alta
Doze mesas montadas no galpão, várias bolinhas voando de lá para cá, muito suor e espírito de competição. No meio disso tudo, uma criança chama a atenção.
Com apenas sete meses de prática, a pequena mexicana Marilouli Viera, de 10 anos, colocava os oponentes mais velhos e experientes para correr.
Filha de uma mexicana e um cubano, a pequena, com o apoio total dos pais, se identificou com o esporte e sonha voltar ao seu país e defender a camisa da seleção. “Estamos trabalhando nela porque observamos um grande potencial”, destaca o professor Marildo Santos, há 10 anos trabalhando no clube Nipo.
Firme nas palavras e cheia de planos para o futuro, a jovem destaca o que a atraiu no esporte. “Ele é dinâmico e divertido. Assim que cheguei ao Brasil, há quatro meses, pedi ao meu pai que me matriculasse numa escolinha”, diz.
Experiência em casa
O pai Orlando Viera integrou a comissão dos esportes no México e atuou em Cuba como professor de Educação Física. Prestando atenção em todos os movimentos da filha, ele critica fortemente o esporte no Brasil. “Em Cuba as crianças são incentivadas desde a pré-escola a praticar esportes. Você vê muito movimento só em São Paulo e Rio. Brasília precisa melhorar muito.” (K.M.O.)