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Técnico de Popó diz que lutador parou no auge

Arquivo Geral

04/10/2006 0h00

“Ele parou como campeão mundial. Viu que era o momento certo de parar”. Assim o auxiliar-técnico de Acelino Popó Freitas, Ulisses Pereira, avaliou nesta quarta-feira a decisão do pugilista de encerrar a carreira aos 31 anos.

Apesar de surpreender os torcedores, Pereira revelou que o anúncio finaliza um plano traçado pelo atual campeão dos pesos leves pela Organização Mundial de Boxe (OMB) há mais de cinco anos, quando os dois passaram a trabalhar juntos, ao lado de Oscar Suárez, técnico do baiano.

“Desde que passei a trabalhar com ele, conversávamos sobre a possibilidade dele parar aos 30 anos. A gente vinha falando para ele adiar e fomos até onde deu. Hoje (quarta) de manhã ele me ligou e disse que estava parando. Falou que era o momento certo para parar e que queria encerrar no auge como campeão”, destacou o auxiliar.

Ex-técnico da seleção olímpica brasileira, Pereira explicou que a decisão de Popó teve o respaldo de Suárez e do norte-americano Arthur Pelullo, promotor das lutas do brasileiro. “Ele conversou comigo, com o Oscar e o Pelullo. Todos apoiamos e ele sabe o que fazer com a carreira dele. Ele tem qualidade para seguir como atleta, mas viu que era a hora e temos de aceitar”, disse.

Mostrando serenidade, o auxiliar-técnico adiantou que dificilmente Popó voltará atrás da opção e deve mesmo priorizar a carreira como promotor, pois já tem uma empresa (Boxe Brasil) responsável por organizar combates. “Acredito que ele não volte. Não tem mais nada a provar a ninguém, foi o maior nome do Brasil nos últimos dez anos e agora vai seguir como promotor, que sabemos que terá muito sucesso. Técnico, ele não será”, apontou.

Falta de patrocínio

Apesar de não considerar decisiva, Pereira admitiu que a falta de patrocínio, somada ao plano pessoal, colaborou com a aposentadoria de Popó. “Se ele tivesse o apoio, ele poderia continuar. É claro que isso ajudou, são muitas decepções que você tem de aceitar na vida e uma hora você cansa. Mas ele também tinha este plano de parar no auge e acho que um campeão tem de encerrar assim: com o título mundial e não derrotado”, analisou.

O agora ex-pugilista profissional está há mais de dois anos sem patrocínio, mesmo após ter superado o norte-americano Zahir Raheem, em 29 de abril deste ano, quando sagrou-se campeão dos leves pela segunda vez. Em janeiro de 2004, ele conquistou o mesmo cinturão, mas o perdeu para Diego Corrales, em agosto do mesmo ano, na sua única derrota na carreira.

Antes de ser campeão dos leves, ele arrebatou o cinturão da OMB pelos pesos superpenas em 1999, quando venceu Anatoly Alexandrov, do Cazaquistão, por nocaute. Depois disso, defendeu o título por seis vezes (vitórias sobre Anthony Martinez, Barry Jones, Javier Jauregui, Lemuel Nelson, Carlos Alberto Ríos e Orlando Soto). Em janeiro de 2002, Popó superou o cubano Joel Casamayor e conseguiu também o cinturão da Associação Mundial de Boxe (AMB). O baiano obteve mais três vitórias (Daniel Attah, Juan Carlos Ramirez e Jorge Barrios) antes de subir para os leves.

Na carreira, Popó conquistou 38 vitórias, sendo 32 por nocaute, e sofreu apenas uma derrota. Foi o terceiro brasileiro a ser campeão mundial da modalidade. Antes dele, Éder Jofre (galos e leves) e Miguel de Oliveira (meio-médio-ligeiro) foram os melhores de suas categorias. No ano passado, o conterrâneo de Popó, Valdemir Pereira, o Sertão, foi campeão pela Federação Internacional de Boxe (FIB) nos pesos penas, mas perdeu o título na primeira defesa.

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