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Seleção de hóquei sobre grama sofre com greves

Arquivo Geral

29/01/2007 0h00

Mais de duas semanas após seis jogadoras da seleção brasileira feminina de hóquei sobre grama deixarem de treinar, em forma de protesto pelo corte de três companheiras do time, o presidente da Confederação da modalidade, Sidney Rocha, garante que as portas da equipe estão abertas em caso de arrependimento. De acordo com ele, nenhuma punição será dada às atletas rebeldes.

Rocha explicou que duas das atletas que estavam paradas voltaram ao time, enquanto outra “está querendo voltar”. “Elas não receberão punição, pelo contrário. O único problema é que elas já perderam duas semanas de treinamentos e o esporte de alto rendimento não perdoa, exige uma dedicação forte”, explicou. Todas as jogadoras que se afastaram moram na capital catarinense. 

Segundo o presidente, os coordenadores da seleção feminina e masculina da modalidade desembarcaram em Florianópolis neste final de semana. O intuito era iniciar o planejamento para os Jogos Pan-americanos e não por conta da crise, que ele define como uma “tolice”. “Isso é coisa de uns dois pais, que estão orientando”, garantiu. Vale lembrar que a maior parte da equipe foi descoberta após testes em escolas da cidade. 

Para ele, a motivação desses familiares seria fruto do desconhecimento. “Eles não são atletas e não entendem as exigências do esporte de alto rendimento, como trancar a matrícula da escola para treinar”, explicou Rocha. “As filhas estão adorando, mas nem todos estão preparados para isso”, completou. 

Sidney culpa a falta de profissionalismo da modalidade no Brasil, que só treina uma seleção feminina há dois anos. Na sua avaliação, só vai ter uma equipe no nível de Argentina e Chile (as forças do continente) daqui a 15 anos. “Se o Bernardinho tiver que deixar excelentes atletas de fora, não haverá bronca, mas como estamos em um nível básico, isso acontece”, lamentou.

Apesar dos problemas, Rocha garante que não se arrepende de ter arregimentado atletas em escolas. “Estamos expandindo o esporte pelas categorias de base, sem contar que o COB está dando muito apoio para nós, inclusive comprando equipamentos importados”, ressalta o presidente, que, inclusive, espera por mais problemas. “Depois do Pan, quero ver se não levamos três jogadoras para treinar na Argentina. Será que os pais vão deixar? Porque lá o esquema de treinamentos é bem mais pesado, elas já chegarão com o bonde andando”, analisa. 

Pela programação da Confederação, as 16 atletas que defenderão o país no Pan serão convocadas no início de abril. Nem todas precisam necessariamente compor o grupo de aproximadamente 12 que treina atualmente em Florianópolis.

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