Desde 2002, quando a Lei Piva passou a reverter 2% da verba das loterias federais para as federações esportivas, o discurso é de que o boxe olímpico brasileiro entrou nos trilhos. Neste período, a Confederação Brasileira de Boxe (CBboxe) trouxe três treinadores cubanos, formou uma equipe de profissionais da saúde, disponibilizou um centro de treinamento e concentração em Santo André, passou a pagar um salário de até R$ 1.500 para os pugilistas que formam a seleção e viagens aos exterior se tornaram freqüentes.
Com a teoria em dia, agora o boxe olímpico espera comprovar a evolução com pelo menos um ouro nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro. E, quiçá, com uma medalha olímpica nas Olimpíadas de Pequim. “No Pan-americano, uma de ouro não é tão difícil. Mas quem sabe não conseguimos duas ou três. E vamos sonhar com uma medalha olímpica. É muito difícil, mas não impossível”, avisa o presidente da CBBoxe, Luiz Cláudio Braga Boselli, que tem como principal ambição acabar com o jejum que persiste desde 1963, quando Servílio de Oliveira ficou com o ouro no Pan da Cidade do México.
A preparação para que a meta não seja vista como um devaneio no futuro está perto da ideal. Só em 2006, os brasileiros participaram de competições e intercâmbios em Cuba (duas vezes), República Dominicana, Venezuela, Porto Rico, Romênia e Argentina. Visando o Pan, as viagens pela América tornaram-se prioridade, mas o plano é estender o contato com escolas asiáticas e européias para a Olimpíada. Para 2007, já estão marcados treinamentos na República Dominicana, Porto Rico e Itália.