A sede da Federação de Atletismo do Quênia foi ocupada nesta segunda-feira, por cerca de 50 atletas que exigiam a renúncia de todos os dirigentes, devido aos escândalos de doping e corrupção que eclodiram nos últimos dias. Alguns manifestantes permaneceram no local até esta terça-feira e foram ouvidos por uma autoridade.
Organizador do protesto, Julius Ndegwa defende uma federação comandada por eles mesmos. “Estamos ansiosos para sermos liderados por atletas. Aqueles que entendem a dor de correr”, afirmou.
Ndgewa esclareceu que a principal reclamação está relacionada à elevação dos casos de doping no Quênia e à suspeita de desvio de verbas da federação pelo presidente Isaiah Kiplagat e pelo vice David Okeyo. Ambos estão sendo investigados pela polícia local e pelo comitê de ética da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF) pelo desvio de mais de US$ 700 mil (cerca de R$ 2,6 milhões) pagos pela Nike como patrocínio.
“Todos estão reclamando dele, inclusive a IAAF e a Nike. A suspeita de doping no país ocorreu por causa dele e dentro do seu escritório. Queremos um esporte limpo, e as mudanças precisam acontecer agora”, disse Ndgewa.
Kiplagat, presidente da federação, condenou a manifestação. “Atletas sérios estariam treinando, não têm tempo para esse tipo de coisa”, atacou, alegando também que o protesto fez com que ele tivesse de adiar compromissos que tratariam dos problemas relatados pelos atletas.