Promessa de recursos

Camila Valadares

Se a prática funcionar como a teoria, a nova Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte pode ser considerada um "motorzinho" na carreira dos esportistas brasileiros. Entre eles os praticantes do futebol. O projeto que o governo irá anunciar hoje, às 15h, no Marina Hall (Setor de Clubes Norte), está perto do ideal para quem optou por viver do esporte e sonha com patrocínio.
A Lei de Incentivo será lançada durante a Conferência Nacional do Esporte pelo presidente Lula e o ministro do Esporte, Orlando Silva. Como testemunhas, atletas e presidentes de confederações.
A nova lei servirá como incentivo a empresas e pessoas físicas interessadas em investir no esporte. Para isso, cada projeto terá de ser aprovado pelo Ministério do Esporte. As empresas patrocinadoras terão abatimento  até 4%   no Imposto de Renda. No caso de pessoas físicas, a dedução será de 6%. "Vamos ampliar significativamente a mobilização da sociedade", apostou o ministro Orlando Silva. "Queremos mudar o pensamento de que patrocínios só podem vir de grandes empresas. A idéia é motivar a sociedade a investir em projetos menores", completou.
É aí que entra o futebol. Mas não o profissional. A idéia do governo é aumentar o número de projetos sociais que envolvam a modalidade. "É o esporte mais praticado e não poderia ficar de fora. Mas a lei não será para pagar o salário de Carlitos Tevez ou qualquer outro jogador de clube grande. Queremos mais ações sociais para crianças carentes", explicou o ministro.
Com a assinatura do presidente Lula, a nova lei cairá na mão do Congresso Nacional. A previsão mais otimista do ministério é que a lei entre em vigor no ano que vem. Isto porque, alguns deputados já se comprometeram a apoiar a iniciativa e recolher as assinaturas para que o projeto tramite em regime de urgência. Vale lembrar que, por ser ano eleitoral, este é um momento complicado para contar com quórum no Congresso. "Amanhã (hoje), o presidente Lula vai firmar o compromisso que estabeleceu com os esportistas. Acreditamos que a realidade do esporte vai mudar completamente, e para melhor", opinou Orlando Silva.