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Márcio vence a falta de apoio, a luta contra o peso e dois campeonatos

Arquivo Geral

04/02/2015 7h55

Até onde vai a vontade de competir e conseguir um resultado importante, em um torneio de nível mundial? Vale a pena sacrificar as festas de dezembro, como o Natal e até mesmo passar a virada de ano dentro de uma academia treinando? Para o lutador de jiu-jítsu Márcio Lima, de 35 anos, sim. E muito! 

Seguindo essa receita, o peso-leve conquistou, no mesmo dia, o lugar mais alto do pódio na Taça São Paulo da modalidade, além de levar a melhor no Mundial sem quimono. Mas deixar de lado as festividades em dezembro para o torneio disputado no último fim de semana de janeiro não foi o único sacrifício.

“Como não tenho patrocínio, o jeito foi rifar um quimono e uma rashguard (camisa usada por baixo do quimono). Ainda não tive nem a oportunidade de saber quem foi o vencedor, mas o que arrecadamos foi suficiente”, explica o lutador, que também dá aulas da arte suave. Os alunos foram quem compraram os bilhetes da rifa e ajudaram o mestre a competir.

Problemas com o peso

Antes de subir no tatame pelo segundo evento do dia, Márcio teve outra luta, talvez até mais complicada do que a dos adversários com e sem pano: a batalha para chegar ao limite da categoria. Com o certo relaxamento da reta final de 2014, o lutador explica que estava com 76 kg, três acima do limite. O corte rendeu histórias curiosas.

“Quando cheguei em São Paulo, ainda demorei umas duas horas para encontrar um hotel. Como ainda faltava perder um pouco do peso, fui dormir sem comer ou beber nada. Lutei a Taça São Paulo sem comer ou beber”, recorda o lutador.

Para o Mundial sem quimono, o jeito foi apelar para trajes bastante quentes, a fim de acelerar a produção de suor. A prática, como não poderia deixar de ser, atraiu o olhar de curiosos.

“Coloquei uma capa de motoqueiro e fui correr no Ibirapuera. Acho que pensaram que eu era aqueles motoqueiros loucos, correndo no sol com aquela roupa”, brinca o atleta.

Curiosidade

Mais perrengues em São Paulo

1 Voo solo:  Márcio foi à capital paulista sozinho. Por lá, fez amizade com outros lutadores que, inclusive, filmaram seus combates nos dois torneios em que ficou no lugar mais alto do pódio.

2 Torcida contra na final:  na última luta do Mundial sem quimono, Márcio se viu diante de uma verdadeira legião de torcedores contra. O adversário na decisão era de São Paulo e teve o apoio dos alunos, mas não adiantou muito.

3 De olho em Roma: agora, Márcio espera poder disputar o Europeu da arte suave, em abril. Ele já está pensando no que rifar para conseguir bancar a ida.

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