A nadadora brasileira Joanna Maranhão anunciou nesta sexta-feira, por meio de uma rede social, sua aposentadoria da natação profissional. A pernambucana foi um dos grandes nomes da natação feminina nos últimos anos.
Seus melhores resultados foram obtidos durante os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, em 2011, quando ela conquistou duas medalhas de prata, uma nos 400m medley e uma nos 4x200m livres.
Também em Guadalajara, Joanna conquistou a medalha de bronze nos 200m medley. Tal glória já havia sido alcançada antes nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, em 2003, nos 400m medley e no Rio de Janeiro, em 2007, nos 4x200m livres.
A carreira da atleta pernambucana também foi marcada por um acidente que a tirou dos Jogos Olímpicos de Londres. Antes de uma prova, a nadadora passou mal nos vestiários e sofreu um corte no supercílio, ficando fora da disputa.
Outro fato que influenciou a carreira de Joanna foi revelado no início de 2008, em entrevista exclusiva à Gazetaesportiva.net, quando a nadadora revelou ter sido molestada por um treinador em sua infância.
A confissão de Joanna teve consequências que foram muito além do âmbito esportivo. Em 2012, uma lei que estendeu o prazo de prescrição para estupro infantil ganhou o nome da atleta, como uma homenagem.
Joanna termina a carreira desabafando e pedindo mudanças no esporte olímpico brasileiro, além de marcar uma data para a despedida oficial das piscinas: abril.
Confira o anúncio: Estou motivada pra essa nova caminhada, orgulhosa dos 23 anos que pratiquei a modalidade, dos 12 anos de seleção, dos 3 pan americanos, das 3 olimpíadas que participei, e principalmente das derrotas que sofri; foram elas, essas danadinhas que me fortaleceram e me fizeram chegar na consciência que tenho hoje. O esporte que acredito não é o esporte que presencio. Muitos ídolos só conquistam medalhas, e isso é muito pouco diante das reais necessidades do nosso país, sendo assim: prefiro canalizar meu talento e minha força pra outros ideais. Falei muito, questionei, propus mudanças e infelizmente gritei sozinha. Desejo sucesso, ética, moral e empenho aos que ficam e conto com vocês pra que em abril a gente faça uma festa bonita daquela que será minha última vez subindo no bloco pra buscar o melhor de mim e a gente angariar fundos pra ONG infância livre.