A possibilidade que a Marussia tinha de disputar o Mundial 2015 com o carro de 2014 foi por água abaixo. A equipe não recebeu aprovação na reunião do Grupo Estratégico, realizada em Paris, na última quinta-feira. O time, em crise financeira e sob administração judicial, se ausentou nas últimas três provas do ano passado e se animou para alinhar seus carros neste ano após conseguir novos investidores.
O regulamento da Fórmula 1 prevê um número de 22 carros no grid, com um mínimo de 18. Desejando aumentar o número de competidores para aumentar a atratividade da categoria, as equipes sinalizaram positivamente no início desta semana em permitir a participação da Marussia com o carro de 2014. Somente a aprovação unânime das escuderias poderia abrir esta exceção.
No entanto, a Force India não escondeu que votou contra a decisão. De acordo com o time indiano, o pedido da Marussia não tinha “bases sólidas”, mas sim “problemas de conformidade”. O documento apresentado na reunião em Paris possuía apenas uma página e não apresentava detalhes sobre financiamento, estrutura operacional e novos proprietários da equipe.
O documento ainda era assinado por Graeme Lowdon, diretor-executivo da Marussia antes do processo de administração judicial, e não pela atual diretoria.
“O Grupo Estratégico foi confrontado com um pedido da Marussia em competir em 2015 com o carro de 2014. Durante a reunião, verificou-se que havia problemas de conformidade e que a aplicação carecia de sustância. Igualmente, a aplicação especulativa apresentada não continha nenhuma documentação para reforçar o caso de uma aprovação especial. Não foram fornecidos, por exemplo, detalhes de quem são os novos donos ou as estruturas operacionais que serão utilizadas. Dada a falta de informação, garantias incertas e a natureza especulativa do pedido, a decisão foi tomada para melhor focar em garantir a continuação das equipes independentes restantes”, explicou Bob Fernley, chefe da Force India.
Fernley, entretanto, afirmou não ser contra a presença da Marussia no Mundial 2015, só que não concorda com a proposta apresentada.
“Não queremos perder equipes, mas uma das condições era que eles demonstrassem sustentabilidade de seu programa e quem estava por trás disso. Então, onde estavam as finanças? Quando eles construiriam um carro de 2015? É necessária a apresentação de uma proposta adequada, que pode ser considerada. Não dou desculpas para isso. A responsabilidade recai sobre a equipe que fez a aplicação. Este processo foi fechado, mas como tudo na vida, quando se perde uma vez, você retorna e faz da maneira adequada”, completou.
Isto posto, a Marussia não deverá disputar a primeira corrida do ano, na Austrália, no dia 15 de março. No entanto, a escuderia ainda tem a possibilidade de participar do Mundial, já que o atual acordo comercial consente que um time se ausente de três provas sem sofrer punições. O prazo máximo para regularização é o GP do Bahrein, que está marcado para o dia 19 de abril.
