O brasiliense Felipe Nasr passou a sonhar com a Fórmula 1 aos sete anos. Com 16, deixou o Brasil para competir no exterior e, na manhã desta quinta-feira, comemorou o acerto com a Sauber para pilotar a partir de 2015. Com a benção do compatriota Felipe Massa, ele se diz preparado e manifesta confiança na evolução de seu novo time.
“Muita coisa passou pela minha cabeça. É um sonho que tenho desde pequeno. Foi um momento único. Espero ter muitos anos de aprendizado e sucesso na Fórmula 1. Quero fazer um bom trabalho, com os pés no chão e dar continuidade na minha carreira”, afirmou Nasr, já em Interlagos.
Em 2014, além de atuar como piloto reserva da Williams, o brasileiro disputa sua terceira temporada na GP2, uma espécie de categoria de acesso à Fórmula 1 – com quatro vitórias, é o segundo colocado no campeonato. Aos 22 anos, Nasr se considera preparado para dar um passo adiante.
“Tenho muito a aprender na Fórmula 1, não conheço todos os circuitos e vou para uma nova equipe. A parte de adaptação será importante. É um desafio e aceitei porque me sinto pronto para isso. Pensando a longo prazo, quero em breve conseguir resultados positivos e representar bem o Brasil”, declarou.
Ao longo da temporada na Williams, Nasr conviveu intensamente com o experiente Felipe Massa, que está na Fórmula 1 desde 2002 e, coincidentemente, estreou pela Sauber. Satisfeito com a efetivação do compatriota na Sauber, o vice-campeão mundial de 2008 deu conselhos.
“A gente conversou e ele me disse: ‘Cara, acredita, porque agora está nas suas mãos. As coisas não são fáceis e precisa acreditar em você mesmo’”, contou Nasr, que considera a passagem pela Williams como fundamental para seu amadurecimento. “Deu para entender como funciona um final de semana”, explicou.
Ao longo de sua trajetória, a Sauber abriu as portas da Fórmula 1 para pilotos como Sebastian Vettel, Kimi Raikkonen e Robert Kubica, além do próprio Felipe Massa. Em 2014, no entanto, com o alemão Adrian Sutil e o mexicano Esteban Gutierrez, faz uma temporada pífia e segue em busca dos primeiros pontos, o que não preocupa Nasr.
“Foi um ano difícil não só para a Sauber, mas para várias equipes. Com o regulamento novo, houve um investimento grande. A Fórmula 1 está preocupada com essas equipes e deve tomar alguma posição para ajudá-las. Tenho total confiança na Sauber e acredito que vamos conseguir fazer um bom trabalho”, afirmou.
Os brasileiros, acostumados com os sucessos de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, não comemoram uma vitória na Fórmula 1 desde o Grande Prêmio da Itália 2009, quando Rubens Barrichello, então na Brawn GP, triunfou em Monza. Diante do jejum, Nasr procura tratar a futura cobrança com naturalidade.
“O brasileiro sempre tem vontade de contar com um bom representante na Fórmula 1. Minha mensagem é que estou chegando agora, em uma equipe que tecnicamente falando não deve ser vencedora em 2015. Tive a chance e quero fazer meu trabalho. As dificuldades fazem parte da vida de um piloto e você precisa saber enfrentá-las”, disse.
