Considerado um dos maiores centros de treinamento de atletismo do mundo, o Nike Oregon Project (NOP), localizado nos Estados Unidos, recebeu fortes acusações. Segundo um programa britânico que vai ao ar nesta quarta-feira, o projeto liderado pelo treinador norte-americano Alberto Salazar tem diversas irregularidades, principalmente relacionadas ao doping. Prata na prova dos 10.000 m dos Jogos Olímpicos de 2012 e participante do NOP, Galen Rupp teria tomado drogas de aumento de performance desde os seus 16 anos, impulsionado pelo técnico.
As acusações vieram após mais de um ano de investigações do jornalista Mark Daly, da BBC, em colaboração com o ProPublica. O programa contará com diversas declarações de ex-funcionários do centro de treinamento.
Um dos depoimentos é de Steve Magness, que chegou a ser treinador do Nike Oregon Project e percebeu várias irregularidades nos atletas. Segundo o profissional, ele viu uma nota que dizia que Rupp usava prednisona e testosterona para aumentar seus resultados, quando estava no colégio, com apenas 16 anos de idade. “Foi incrivelmente chocante”, afirmou.
As denúncias não param por aí. Segundo o programa, Salazar, treinador e líder do NOP, usa esteroides proibidos em seus atletas para subverter o processo de Autorização de Uso Terapêutico (AUT), na qual um fundista pode utilizar uma droga ou método ilegal, se houver uma necessidade médica genuína.
Os métodos de Salazar são considerados inovadores no meio esportivo, tanto que o treinador chamou a atenção da Federação de Atletismo do Reino Unido, onde também exerce um cargo. O principal atleta treinado por Alberto em terras britânicas é Mo Farah, medalha de ouro em Londres 2012 nos 5.000m e nos 10.000m. Segundo a reportagem, não existem evidências que o fundista usou drogas banidas ou tenha violado as regras antidoping.
