Atleta, mãe, dona de casa, brincalhona e dedicada ao máximo à sua paixão nas quadras, a norte-americana Danielle Scott prova ser muito mais do que apenas a meio de rede do Brasília/Vôlei. Integrante da seleção principal dos Estados Unidos, a “jovem” de 41 anos carrega o peso de cinco olimpíadas e o desejo de permanecer na modalidade por mais dois anos – ela visa mais uma oportunidade de ir aos Jogos, em 2016.
Em processo de adaptação à capital do País, Dani escolheu Águas Claras para morar. Em tom de brincadeira, ela diz que a única coisa que a deixa incomodada são os buracos no asfalto. “Parecem obstáculos”. A norte-americana também sente falta da vida social. “Quase não dá (para sair) porque tenho que ficar com a minha filha e cuidar da casa. Neste fim de semana, combinei de assistir um filme brasileiro no cinema e com as meninas”, planeja Scott, sem saber se cumpriria o cronograma.
Enquanto conversava com o JBr., em sua residência, a filha de três anos posava para fotos. Orgulhosa da pequena Julianne, que aprendeu algumas poucas palavras em português e mostrava que sabia a língua nova, Dani apresentava algumas curiosidades. A mãe, Vera Scott, até hoje não se aventurou a falar a nova língua.
“Jullie é bem grande para o tamanho dela e dia 17 de abril já vai fazer quatro aninhos”, destaca a mãe. O dia do aniversário da filha é o mesmo número que Dani carrega em sua camisa.
Carreira longa
Movida pela determinação de suas mentoras, Leila Barros e Ricarda Negrão, Dani tem a força e determinação das ex-atletas como inspiração para seguir em quadra. . “Uma vez participamos de uma palestra que a Leila deu em uma faculdade, e lá eu vi a paixão dela em tornar esse sonho real. É baseada nisso que quero levar esse time. Sou quem mais me cobra em quadra.”
A vontade de retornar ao Brasil veio mediante o desejo de ser liderada por Sérgio Negrão. O técnico foi quem a revelou no País quando comandava o Leites Nestlé, em 1997. “O Sérgio e eu nos conhecemos há anos. Então, eu já sei o que ele quer e ele já sabe o que esperar de mim”, acrescenta.
Assédio é visto com bons olhos por ela
Quando sai das dependências do Sesi e do seu apartamento, em Águas Claras, Danielle Scott é assediada constantemente por fãs e atletas aspirantes do vôlei.
Entre um passeio e outro no Parque da Cidade, uma situação ficou marcada. “Estava passeando quando um grupo me parou perguntando se eu era eu mesma. Depois que confirmei, tiramos fotos e batemos um papo legal. Eu gosto disso, porque além de atleta eles têm aquela coisa de ídolo com a gente”, admite.
Situação esta completamente diferente de quando jogava nos Estados Unidos. “Eu sou mais conhecida aqui do que lá. Acho que porque no Brasil o vôlei é o segundo esporte e lá a gente tem uma infinidade deles”, explica.
OLIMPÍADA
Esperançosa em fazer parte mais um ciclo olímpico – a atleta acumula cinco participações -, Danielle cruzava os dedos todas as vezes que o assunto surgia. Com o objetivo de mostrar à filha o seu trabalho, ela tem como meta o ouro desta vez.
“A gente tem que ganhar porque a medalha de ouro o Brasil insiste em nos roubar”, brincou a estrangeira.
De acordo com ela, os 41 anos não pesam, e ela se sente bem com a idade que tem. “Me sinto jovem”, garante. (K.M.O.)
Danielle Scott
Idade: 41 anos
Naturalidade: Batom Rouge, Louisiania – Estados Unidos
Modalidade: Vôlei
Posição: Meio-de-rede
Peso: 85 kg
Altura: 1,88 m
Principais Conquistas: Medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008) e Londres (2012); Prata no Campeonato Mundial de Berlim (2002); Ouro no Grand Prix de Xangai (1995), Macau (2001 e 2011) e Ningbo (2010 e 2012).