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Após sucesso na base, Palmeiras deve perder promessas do basquete

Arquivo Geral

10/01/2014 16h15

Com um patrocínio de última hora, o Palmeiras conseguiu manter seu time de basquete profissional, atualmente na disputa do Novo Basquete Brasil (NBB), mas o destaque da modalidade na última temporada foi o sucesso das categorias de base. Após a série de títulos, no entanto, o clube deve perder alguns jovens. O pivô Wesley Sena, 17 anos e 2,08m de altura, principal promessa, dificilmente continuará na equipe.

O Palmeiras foi campeão estadual e da grande São Paulo nas categorias sub-15, sub-14 e sub-12 – os times sub-17 e sub-16 ainda ficaram com o vice paulista. Segundo o site oficial do clube, jamais uma agremiação de São Paulo havia conquistado seis títulos nas categorias de base em uma única temporada. A ideia da diretoria é montar uma equipe competitiva com pelo menos metade do elenco composto por jogadores formados em casa dentro de dois anos.

Wesley Sena estreou pelo time principal com apenas 16 anos e bateu o recorde de precocidade no Palmeiras estabelecido por Leandrinho, contratado recentemente pelo Phoenix Suns. Promissor, o garoto tem passagens pelas categorias de base pela Seleção Brasileira e foi observado pelo técnico Rubén Magnano, treinador da equipe nacional, no Jordan Brand Classic-2013, prestigiado evento para jovens realizado nos Estados Unidos.

O contrato de Wesley venceu em 31 de dezembro e não foi renovado. Oficialmente livre de qualquer compromisso com o Palmeiras, o jogador atualmente está na Espanha para realizar testes em busca do sonho de atuar no exterior e conseguir a independência financeira – o Unicaja, ex-time de Tiago Splitter, hoje no San Antonio Spurs, estaria interessado no atleta brasileiro. O garoto deve retornar a São Paulo na próxima terça-feira e a possibilidade de seguir no Palmeiras ainda existe, mas as chances de chegar a um novo acordo são remotas.

“O contrato do Wesley acabou no meio do NBB. Eles (os empresários) queriam que o garoto jogasse mais dois jogos para manter o ritmo e fazer os testes (na Espanha). Isso não tem cabimento. Sem contrato, não joga. Se vai para a Espanha mesmo, boa sorte. Na minha cabeça, o Wesley já é passado no Palmeiras. Talvez tenha sorte de encontrar outro caminho, mas não consigo imaginá-lo voltando depois dessa situação”, disse o técnico Betão.

Antes de assumir o comando do time principal do Palmeiras como sucessor de Ênio Vecchi, atual coordenador técnico, em dezembro de 2013, Hebert Mucida Coimbra comandou as equipes sub-14 e sub-17. “São raros os empresários que realmente se preocupam com a carreira do atleta. Eles estão tentando vender a mercadoria, seja para o Brasil ou para o exterior, como no caso do Wesley”, disse Betão.

O ala-pivô Leonardo Eltink, 18 anos, já acertou sua saída para o Bauru, campeão da última edição do Estadual, enquanto o ala-armador Mogi, 17 anos, deve jogar no Paulistano – os dois ainda não tinham contratos profissionais e dependem de uma carta de liberação para sair. Siro Casanova, diretor de basquete do Palmeiras, se disse decepcionado com os jovens.

“Vieram apenas nos informar que estavam fora. A gente esperava que tivessem a lealdade de falar: ‘recebemos outra proposta, tem como melhorar as condições aqui?’. Não sei o que vai acontecer, mas no Palmeiras as portas estão fechadas. Quem sai pela porta de trás, não entra pela porta da frente. Para sair, eles precisam de uma carta de liberação. Se a gente não assinar, eles não jogam”, afirmou o dirigente.

Em contato com a reportagem, Leonardo Eltink, à espera do documento liberatório, agradeceu ao clube e explicou a decisão de sair para defender o atual campeão paulista, algoz do Palmeiras nos playoffs do Estadual. “Sinto gratidão, porque passei quatro anos na equipe, mas recebi uma boa proposta do Bauru e acho que chegou o momento de mudar. Foi uma decisão que já estava tomada”, disse o jogador, que planeja se apresentar à nova equipe no próximo dia 20.

Na visão do técnico Betão, Eltink e Mogi se precipitaram. “Às vezes, o garoto não consegue entender que ganhar R$ 100,00 ou R$ 200,00 a mais em outro lugar não vai fazê-lo virar um jogador. O atleta deve estar pronto para quando a chance aparecer, mas eles não estavam prontos e a chance também não tinha aparecido. Ainda são juvenis e não podiam exigir nada no principal. Se não gostaram por estarem jogando pouco, é problema deles. Não podem querer atropelar e jogar na marra, até porque o campeonato é de alto nível e há o risco de queimar o jovem. Esses dois vão embora e chegam outros sete até melhores”, disse.

Após o treino realizado na tarde de quinta-feira, os integrantes do departamento de basquete do Palmeiras participaram de uma reunião com Ronaldo Faria, o Dinho, diretor de esportes olímpicos, para conversar sobre o assunto. Famoso por abrigar nomes como Oscar, Leandrinho, Paulinho Villas Boas e Carioquinha nas categorias de base, o clube recebeu aproximadamente 500 jovens em sua última peneira e busca alternativas para impedir a saída precoce das promessas.

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