A chinesa Na Li terá, no próximo sábado, a partir das 6h30 (de Brasília), a chance de conquistar pela primeira vez na carreira o Aberto da Austrália. Oportunidades para isto, no entanto, não faltaram em sua vida. A asiática já chegou a outras duas finais do primeiro Grand Slam da temporada e, em ambas, saiu de quadra com o vice-campeonato. Assim, a motivação para a decisão de 2014, diante da eslovaca Dominika Cibulkova, é a maior possível.
“Vou tentar não perder desta vez”, disse a tenista asiática, que atingiu a segunda posição na Austrália em 2011, após perder para a belga Kim Clijster, e em 2013, quando foi superada pela bielorrussa Victoria Azarenka na final. “Já perdi duas vezes e não quero repetir isso. Ano passado, acho que joguei bem a final, mas acabaei dando azar”, acrescentou a chinesa, que teve que, na ocasião, foi obrigada a superar duas torções no tornozelo.
“Na China, dizemos que se você tem uma dificuldade e consegue passar por ela é porque está com sorte. Talvez esteja recebendo ela de volta do ano passado”, brincou a número 4 do mundo, que, nesta quinta-feira, venceu a canadense Eugenie Bouchard por 2 sets a 0, parciais de 6/2 e 6/4. “Depois da partida, realmente senti que tive uma segunda vida no torneio”, acrescentou.
Sobre o duelo semifinal desta madrugada, Na Li admitiu que o início arrasador (ela chegou a abrir 5/0 no primeiro set) a desconcentrou no decorrer do jogo. “Acho que no começo da partida eu joguei muito bem. O segundo set foi mais complicado porque eu já estava me sentindo com o pé na final”, revelou. “Quando ela quebrou meu serviço (no segundo set) disse para mim mesma que tenha que jogar um ponto de cada vez porque a partida não havia acabado”, acrescentou, referindo-se à quebra no terceiro game, no qual ela foi superada em seu saque e viu a adversária abrir vantagem.
“Ela bate bem na bola e tem tudo para ser uma grande jogadora”, comentou a chinesa sobre a rival, de apenas 19 anos (Na Li tem 31). “A principal diferença é que ela pode jogar por mais 12 anos e com certeza terá mais chances”, brincou, quando questionada sobre a qual vantagem Bouchard poderia ter por causa da jovialidade.
A canadense, aliás, apesar da pouca experiência, não se satisfez com a derrota. “Estou orgulhosa de como evolui como jogadora durante o torneio, mas nunca vou me satisfazer com derrotas. Elas sempre são decepcionantes. Sempre quero jogar melhor e ir o mais longe possível”, disse. “Meu ranking vai melhorar e isso é bom, mas não posso deitar sobre meus resultados. Tenho que seguir evoluindo e já pensar nos próximos torneios”, acrescentou Bouchard, atual número 31 do mundo, mas que entrará no top 20 na próxima semana. Restará a ela, no entanto, ver Na Li e Dominika Cibulkova decidirem o título do Aberto da Austrália.