Embalados pelo som de “We are the Champions”, da banda britânica Queen, 1.500 atletas acompanharam a abertura da Gymnasíade – os Jogos Mundiais Escolares – , ontem, no ginásio Nilson Nelson. O hit do grupo londrino foi cantado em uníssono pelos presentes, que puderam conhecer também um pouco da cultura brasileira, representada nas belas coreografias de dança. Hoje, garotos e garotas iniciam as primeiras disputas da competição, que termina na próxima terça-feira.
Com início às 16h, as delegações se preparavam para o desfile de apresentação em um modelo muito parecido com o das Olimpíadas. Último a entrar no ginásio, o grupo brasileiro foi aplaudido de pé pelos presentes. A delegação canarinha foi ovacionada não só pela arquibancada lotada de estudantes matriculados nos centros olímpicos do DF, mas também pelos rivais estrangeiros.
Durante a execução do Hino Nacional, personalidades esportivas do País apareceram em um enorme telão de LED no palco. As imagens de Pelé, Ayrton Senna e Ronaldo Fenômeno foram fortemente aplaudidas.
“Não sei nem o que dizer. Nunca imaginei que competiria em um evento tão lindo assim. Imagina como deve ser uma Olimpíada? É um sonho”, admira-se a ginasta Caroline Santiago, de Belo Horizonte.
A língua através da dança
Após o hino, apresentações culturais tomaram conta do ginásio. Capoeira, quadrilha de festa de São João, ginástica aeróbica, coreografias com índios e o frevo não foram páreos para o grand finale da abertura: o samba.
O estilo musical tomou conta das arquibancadas animando, inclusive, os mau humorados. “Isso é lindo”, disse um atleta da delegação italiana.
Depois da apresentação, a “tocha”, no formato da Torre Digital, foi acesa marcando o início da competição.
Lágrimas de quem conhece
Escondida em um canto, Ricarda Lima – coordenadora dos centros olímpicos do Distrito Federal – e João José Vianna, o Pipoka – ex-jogador de basquete -, enxugavam as lágrimas de emoção diante de tamanha produção para a Gymnasíade.
“O choro é inevitável. É lindo ver esses meninos crescerem no esporte e hoje estarem ali, representando o País em um evento como este”, gabou-se Ricarda.
Pipoka, por sua vez, teve a oportunidade de representar a seleção brasileira em três Olimpíadas. Conhecedor do assunto, ele disse que, em proporções bem menores, a abertura não deixou a desejar.
“Isso aqui é uma gota do que é realmente uma Olimpíada, mas não deixa de ter a mesma representatividade. Fico feliz porque sei que posso ver muitos destes atletas nos representando em 2016 ou, quem sabe, na próxima (Olimpíada)”, projetou o ex-jogador
Também feliz com a grandiosidade da Gymnasíade, o Governador Agnelo não exitou em comentar. “É um evento maravilhoso e tivemos o privilégio de ser o primeiro país das Américas a sediá-lo”, orgulhou-se a autoridade após as apresentações.
Reformado, o ginásio agora conta com a sinalização no piso para a locomoção de deficientes visuais, bem como a acomodação de cadeirantes nas arquibancadas. Para a Gymnasíade, o GDF investiu R$ 7 milhões.