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Coluna Léo Dias

Sem verbas municipais, escolas de samba do Rio naufragam ao tentar Lei de Incentivo

Léo Dias

05/02/2020 5h50

No ano em que a Prefeitura do Rio suspendeu completamente a subvenção para o Grupo Especial do Carnaval carioca, escolas de samba buscaram a Lei de Incentivo à Cultura (antiga Lei Rouanet) e, a vinte dias dos desfiles, não obtiveram sucesso na captação de recursos. Entre as oito agremiações que tiveram projetos aprovados com foco na temporada deste ano, apenas a Grande Rio obteve êxito arrecadando cerca de R$ 530 mil para o seu enredo em homenagem a Joãozinho da Goméia, líder do candomblé com importância para a história do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Além da Grande Rio, apresentaram projetos para captação: Vila Isabel, Mangueira, Mocidade, Unidos da Tijuca, Portela, Salgueiro e Viradouro.

É praxe que as escolas tentem captar recursos com empresas por meio de isenção fiscal. No ano passado, por exemplo, as propostas de Grande Rio e Vila seduziram investidores e conseguiram juntas quase R$ 2 milhões — sozinha, a escola caxiense conquistou R$ 1,5 milhão para seu enredo patrocinado sobre a educação como saída para os problemas do Brasil. Em 2018, quando a administração municipal atraiu a Uber como patrocinadora, as 13 agremiações que integravam o grupo naquele ano lucraram por meio da Rouanet. Em 2017, a Grande Rio captou R$ 3 milhões para sua homenagem à Ivete Sangalo e a Mangueira garantiu R$ 1 milhão para cantar o sincretismo religioso brasileiro.

Assim como as escolas, a própria Liga das Escolas de Samba do Rio (Liesa) recorreu à Lei de Incentivo para tentar viabilizar os ensaios técnicos na Sapucaí. No entanto, com as obras no Sambódromo, a captação nem chegou a ocorrer. Há liberação para que o projeto possa arrecadar até R$ 3,6 milhões de reais, mas ele deverá ser encerrado antes que qualquer centavo apareça.

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