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Coluna Léo Dias

Brasília perde mais uma de suas poucas “casas de saliência”

A Apple’s Night Club ficava no lado Sul do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Região Administrativa da cidade. A casa noturna funcionava há 20 anos

Léo Dias

21/01/2020 6h24

A Coluna Leo Dias usou o termo “casa de saliência” no título desta nota para respeitar a família brasiliense, mas, para quem não sabe, este é um local onde meninas exercem a profissão mais antiga do país. Diferentemente de São Paulo e Rio de Janeiro, cidades em que é fácil encontrar uma boa e tradicional “casa de saliência”, Brasília tem pouquíssimos destes clubes. É que as ‘meninas de vida fácil’ na cidade trabalham mais por ‘contatos’ do que em locais. Afinal, políticos e empresários têm pavor de serem vistos entrando nesses ‘clubinhos’.

Pois bem, neste início de ano, uma das poucas ‘casa de saliência’ da cidade, a Apple’s Night Club, fecha suas portas, para tristeza de empresários e inúmeros políticos que frequentavam semanalmente o local. A Apple’s Night Club ficava no lado Sul do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Região Administrativa da cidade. A casa noturna funcionava há 20 anos e, para entrada, o valor costumava iniciar com ingressos a R$ 150,00, podendo aumentar em até dez vezes se o frequentador escolhesse o pacote ‘Vip Service’ (que não sabemos ao certo o que de verdade inclui). De acordo com uma denúncia recebida pela Coluna, a Apple’s está com uma liminar para fechamento definitivo no próximo dia 22 de janeiro. Além disso, o dono, Fernando, um português, teria dado calote nas moças que faziam seus shows por lá e também em outros funcionários.

A Coluna procurou o proprietário, que confirmou que a Apple’s recebeu uma liminar para fechamento, e que, portanto, já está com as portas fechadas desde já. No entanto, ele nega dívidas com funcionários e acusa que tudo faz parte de um ‘complô’ para que sua boate feche e que outras concorrentes ganhem mais dinheiro. “Perseguição. Não tenho poder para pagar a eles como já paguei no passado”, diz Fernando, que recebeu uma liminar da DF Legal (antiga AGEFIS, Agência de Fiscalização do Distrito Federal).

A assessoria de imprensa da ‘DF Legal’, órgão responsável pela fiscalização, disse, por telefone, à Coluna, que os locais só são fechados quando não há alvará de funcionamento ou problemas com as regras de horário. Eles também enviaram uma nota: “Foi constatada a atividade de boate não prevista na Licença de Funcionamento, além do descumprimento do Auto de Interdição lavrado em 21 de fevereiro de 2019. Vale destacar que, após a lavratura de auto de interdição, o estabelecimento comercial só poderá reabrir com a devida licença de funcionamento ou mediante liminar judicial”. A Coluna, que não entrará no mérito de “brigas políticas” entre as casas de saliência e órgãos públicos, está apenas preocupada com uma coisa: onde será a diversão de políticos e empresários na cidade se cada vez mais clubes como este fecham as portas?

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