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JBr Saúde #011 – Pré-natal é ainda mais fundamental em tempos de covid

A primeira onda da covid-19 não pareceu assim tão grave para as mulheres grávidas. Na primeira onda, os casos mais graves da doença atingiam pessoas de mais idade

Redação Jornal de Brasília

20/05/2021 5h00

Atualizada 19/05/2021 17h35

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A primeira onda da covid-19 não pareceu assim tão grave para as mulheres grávidas. Na primeira onda, os casos mais graves da doença atingiam pessoas de mais idade. Assim, as mulheres em idade gestacional não representavam uma grande preocupação. Isso mudou na segunda onda. A chegada de cepas mais agressivas do novo coronavírus têm levado à internação de pessoas mais jovens. E entre elas começaram a ser motivo de preocupação as gestantes. E a eventual contaminação pela covid envolve de fato riscos maiores para elas.

O maior risco que pode surgir para mulheres que se contaminam pela covid-19 é que a doença aumenta a possibilidade trombose. Essa possibilidade traz riscos para a placenta, e pode afetar o desenvolvimento dos bebês. Essa é a principal situação que precisa ser observada. E que torna ainda mais fundamental algo que já é vital em qualquer gravidez: um pré-natal bem feito. Esse é o alerta que faz o médico ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília, Fábio Passos, professor da Universidade Católica.

“Com medo da doença, muitas pessoas deixaram de ir a consultas”, explica o médico. “O pré-natal é um filtro, uma peneira. O maior caráter de um pré-natal é identificar precocemente possíveis problemas. Sem o acompanhamento, os problemas vão aparecer em uma escala mais tardia, o que pode agravar as situações”, diz ele.

Fábio Passos relata que a covid tem provocado duas situações distintas em seus pacientes. As mulheres na faixa mais próxima dos 40 anos estão acelerando a decisão de engravidar. “Talvez até por algum sentimento meio apocalíptico”, arrisca. As mais jovens adiando. “O que eu tenho dito sempre a elas é que a gravidez, com ou sem pandemia, sempre envolve certos cuidados. A maior parte desses cuidados já eram necessários antes da pandemia. A decisão, diante disso, é pessoal”.

O médico afirma que, na maior parte dos casos de gestantes que contraíram a covid, a doença não se desenvolveu de forma grave. Por isso, é importante o acompanhamento. “É preciso o controle sempre do nível de saturação de oxigênio. E não negligenciar a hipótese de atendimento hospitalar em caso de gravidade. Importante, segundo ele, tranquilizar às gestantes que o risco de transmissão da covid para o bebê parece mínimo. Assim como o risco de transmissão mais tarde via amamentação (no caso, ele recomenda o uso de máscara pela mãe no momento da amamentação caso esteja contaminada).

No caso das gestantes que estejam contaminadas, obviamente não será possível a consulta presencial para o pré-natal. Mas ele destaca que outro ponto que se desenvolveu imensamente foi a eficácia da telemedicina. “O atendimento presencial fica vetado. Telemedicina se torna essencial. O aspecto psicológico é fundamental. Não pode ver o diagnóstico como uma sentença de morte”, diz ele. Por telemedicina, a gestante pode relatar seu caso, reações e, da parte do médico, hoje já existem softwares que permitem a emissão de receitas e pedidos de exame de forma virtual.

No caso da covid, Fábio Passos reforça que os momentos de maior risco de contaminação são entre o segundo e o terceiro trimestre de gestação. Nesse período, os riscos de qualquer doença pulmonar, explica, são maiores.
O JBrSaúde vai ao ar todas as quintas-feiras no site do Jornal de Brasília, com apresentação de Estevão Damázio.

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