Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê, já nos dizia o criador do Visconde de Sabugosa o nosso amado escritor Monteiro Lobato. Formado em psicologia, Guilherme Bretas decidiu em 1998 atuar no mercado editorial. Em 2015 ele fundou a Editora Albatroz por onde já passou a marca de 600 títulos. Começou como uma editora preocupada apenas em editar e publicar, mas a partir de 2019 se tornou uma empresa familiar. A proximidade e interação com muitos autores fez com que criasse nova disposição para explorar o mercado de vendas e hoje o nosso editor da Albatroz enxerga como uma missão, ajudar o autor nessa empreitada.
Segundo dados, o nosso mercado editorial que perdeu cerca de 20% do seu faturamento entre 2006 e 2018 com reflexo no fechamento de diversas livrarias entrando em falência nos últimos anos, o mercado passou dias agonizantes. Para contribuir com esta “agonia”, no fim de julho 2020, o então ministro da Economia do Governo Bolsonaro, Paulo Guedes, enviou ao Congresso Nacional sua proposta de reforma Tributária que, entre outras medidas, prevê o retorno da cobrança de contribuição tributária em cima de livros.
Desde a Constituição Federal de 1946 o produto é isento de impostos por causa de uma emenda constitucional apresentada pelo autor brasileiro de maior prestígio internacional à época, Jorge Amado. A nova Constituição de 1988 manteve o dispositivo como uma forma de incentivar a difusão de conhecimento literário.Mas, isto não se aplicava para categorias dos tributos de contribuição, como o PIS e Cofins. Por volta de 2004, o mercado foi desonerado do pagamento desses dois tributos, que pela nova proposta do governo seriam substituídos pela Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS).
Ainda em meados do ano passado, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), juntou-se a Consultoria “Nielsen Books” e divulgaram os dados da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, que até o ano de 2019 era conhecida no mercado editorial como “Pesquisa Fipe”. Esta foi a primeira vez que a Nielsen Books realizou o estudo. O que se percebe à primeira vista é que as editoras produziram mais, venderiam mais e faturariam mais do que no ano anterior.
Em números absolutos, no ano da pandemia as editoras produziram cerca de 395 milhões de exemplares e foram vendidos 434 milhões de cópias. Isso redundou em faturamento perto de R$ 5,7 bilhões, isto fez com que o governo crescesse o olho neste mercado. Dos 434 milhões de cópias vendidas, 209 milhões foram ao mercado e 224 milhões ao governo, ou seja, o governo através dos livros didáticos é o maior consumidor deste mercado.
Guilherme Bretas o nosso entrevistado é puro otimismo: “Estamos ainda desenvolvendo e aprendendo com os novos escritores. Estamos sempre buscando soluções e inovações na área”, nos afirma o nosso editor da Editora Albatroz.
Veja a entrevista