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JBr Literatura #004 – Entrevista com o escritor Fernando Rocha

Escritor paraibano, Fernando Rocha, resgata o mito brasileiro na obra Caaporã

Gilberto Rios

17/03/2021 18h10

Fernando Rocha. Foto: Arquivo pessoal

Fernando Rocha. Foto: Arquivo pessoal

“Indignado com o que acontecia com o meio ambiente, surge o nosso herói brasileiro”

O nosso entrevistado e o paraibano de 62 anos Fernando Rocha, atualmente ele reside no interior de Minas Gerais e por força da cultura brasileira e falha na avaliação dos talentos fez a sua opção quando jovem para o lado da ciência da computação. Mas, desde a juventude já havia lampejos de um poeta e desconfiança que o mundo da arte lhe fascinaria, mas como todo jovem a vida o levou para a técnica e depois o empurrando para pós-graduações na área que se formou. Quando enfim encontrou espaço e tempo para “se lambuzar de cultura através da leitura surgiu um escritor iniciante”. Com a cabeça fervilhando e cheio de ideias, criatividade e dedicação ele resolveu adentrar mais profundamente na cultura, fazendo curso de roteirista e teatro. O grande segredo de escrever bem é ler bem, tornou-se um bom leitor. Nessa onda de inspiração escreveu alguns contos e criou vários personagens, mas a sua principal escrita é Caaporã, um livro da mitologia brasileira que ele escreveu por pura indignação do que acontecia com o nosso meio ambiente.

Surgia assim, “um velho poeta iniciante que decidiu aventurar-se como escritor para auxiliar as crianças a ler e gostar de ler”, como ele gosta de dizer. Com um pequeno fio de talento, mas uma enorme transpiração conseguiu escrever alguns contos, poemas e letras, que tenta comercializar para arrecadar recursos para o projeto social voltado para as crianças, pois entende que a maioria dos adultos está deteriorada pela falta de cultura e educação. Em ímpeto heroico joga-se à crítica afiada dos “educados” e o desprezo frio dos sem “educação”.

Em Caaporã que na língua tupi não possui um significado bem definido, existindo apenas algumas conjunções de palavras na língua tupi guarani, sendo as mais aceitas a da junção dos termos Caá – kaá (“mato (a) ou folha”) e porang – porã (“bonito”) Mata Bonita um garoto indígena Kayapó não sabe ainda que é a reencarnação de um mito protetor da floresta. Quando sua tribo é destroçada por grileiros de terras, ocasionando a morte do seu pai, ele foge com sua mãe para uma aldeia próxima, ao torna-se guerreiro descobre sua missão, por ele ignorada. Atacados novamente por grileiro conseguiu sobreviver e o Kayapó foge novamente, após muitas léguas sofridas chega a Belém do Pará. Após sofrer preconceitos e problemas de adaptação a vida urbana o nosso índio que se formou em Biologia, resolvendo transformar-se nos vingadores da floresta.

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