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Hélio Doyle

Secretário de Saúde acerta no diagnóstico

Arquivo Geral

13/06/2016 6h33

Nina Quintana/Agência Brasília

O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, está certo em quase tudo que diz na entrevista que deu ao Correio Braziliense. O atual modelo da saúde está falido, é fundamental investir em atenção primária e no programa de saúde da família, os resultados só virão a longo prazo.
Ele está certo também ao dizer que o excesso de controles e a burocracia emperram o funcionamento do sistema de saúde, pois é muito complicado e demorado contratar pessoas e comprar equipamentos e medicamentos.
Uma das saídas, para o secretário, é fazer contratos de gestão com as chamadas organizações sociais, inicialmente para a atenção primária e para as UPAs.
Não vai ser fácil.

Os adversários são fortes
Há grande resistência e oposição à presença das organizações sociais no sistema de saúde de Brasília. As reações contrárias estão, principalmente, no Conselho de Saúde, no Ministério Público do DF, no Ministério Público de Contas e nos sindicatos de servidores da área.
Têm peso social e institucional e capacidade de brecar o processo, especialmente se tiverem apoio da maioria na Câmara Legislativa.
Será preciso, pois, enfrentar essas reações contrárias.

Debate mais que necessário
O secretário está certo em dizer que o que tem de prevalecer são os interesses da população e não o de alguns segmentos. E o que as pessoas querem é saúde de qualidade.
O governo tem suas propostas, os contrários devem ter as suas.
O caminho é mesmo este: as propostas do governo têm de ganhar o apoio da população e isolar as reações contrárias.
Mas não será com entrevistas que se conseguirá isso. Será com muito debate e persuasão.

Governo não pode ter medo
Este é um erro de método que o governo de Brasília comete desde o início: não procura ganhar o apoio da população para suas propostas quando elas colidem com interesses de segmentos e corporações. Não faz a defesa, não enfrenta os argumentos contrários e recua diante das dificuldades.
Se o secretário de Saúde partir para o debate e não ficar só em entrevistas pode ganhar essa briga.
Se ficar com medo do debate, como tem acontecido com o governo, a saúde continuará piorando a cada dia.

Quais são as propostas?
As organizações sociais podem trazer mais problemas que soluções, a estratégia de iniciar a implantação pela atenção primária pode não ser a melhor. Enfim, há muito o que debater.
Os adversários das organizações sociais têm seus argumentos. Mas têm de apresentar as suas propostas, não podem ficar só nas críticas.
Ficar do jeito que está pode ser muito bom para muito poucos, mas é péssimo para a população.
Gritaria seletiva
O governo do Rio de Janeiro está parcelando os salários dos servidores porque não tem como pagá-los. A arrecadação caiu, as despesas são grandes e a crise é brava.
Quando houve o parcelamento aqui em Brasília, no início do ano passado, foi grande o estrilo dos políticos do PMDB, do PT e do PP, entre outros.
Esses partidos governaram o Rio com Sérgio Cabral e Pezão. O governador em exercício agora é do PP.
E agora?

Aliás…
Não dá para ser otimista com a situação financeira do Distrito Federal. Em vez de passar a ideia de que está tudo indo bem, o governo deveria mostrar logo a realidade: não está nada fácil segurar a situação até o fim do ano.
Até porque ainda há servidores, como os da Caesb e do Metrô, que acham que podem ter aumento de salário enquanto o desemprego aumenta e trabalhadores de empresas privadas são demitidos.
Acham que vivem em um mundo à parte. É bom explicar que não é bem assim.

A alegria de derrubar um veto
Uma das alegrias irresponsáveis de deputados distritais é derrubar vetos do governador. Eles têm muitas alegrias: ganhar bem trabalhando pouco, fazer viagens internacionais com dinheiro público, apresentar emendas com alto rendimento político e boas taxas de retorno, supervisionar as nomeações e contratos de seus apadrinhados em secretarias e administrações regionais… e muitas outras.
Mas derrubar vetos é uma alegria especial. Para alguns, é vingança. Para outros, é maneira de mostrar que estão recebendo pouca atenção. Ficam tão ansiosos para derrubar um veto que combinam na base de “eu voto na derrubada do seu, você vota na derrubada do meu”.
Depois vem o Ministério Público e o Tribunal de Justiça e declaram inconstitucionais a maioria dos projetos vetados pelo governador e mantidos pelos distritais.
Para eles, tudo bem. O dinheiro para tanta movimentação inútil é público.

Manobras tenebrosas
O grupo de distritais que quer porque quer — e não é à toa que tanto quer — reeleger a atual presidente da Câmara tenta conseguir os 16 votos necessários ainda mês.
O grupo acha que pode surpreender os adversários da reeleição em um de dois momentos: as sessões para votação dos vetos e regulamentação do Uber.

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