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Hélio Doyle

O cordão dos puxa-sacos só atrapalha

Arquivo Geral

21/06/2016 7h00

Alguns integrantes do governo de Brasília comemoraram intensamente a pesquisa que coloca o governador Rodrigo Rollemberg em primeiro lugar entre os possíveis candidatos em 2018. Os eufóricos nem se incomodaram com os baixos índices de Rollemberg, em se tratando de um governador. Com a superficialidade de quem nada entende de pesquisas, contentaram-se com o que interessou ao instituto e ao governo divulgar no domingo.
É verdade que a pesquisa completa foi vista por pouquíssimos integrantes do time de Rollemberg e só esses têm, assim, condições de analisá-la.

Se é que sabem analisar pesquisas. Há controvérsias.

Bom trabalho no Mané Garrincha

Em dois jogos importantes, a Secretaria de Segurança (Márcia Alencar) e a Secretaria adjunta de Turismo (Jaime Recena) conseguiram evitar os dois maiores problemas que incomodavam os torcedores no Mané Garrincha: as enormes filas e a violência das torcidas. Não houve filas irracionais e incidentes em Fluminense vs. Corinthians e Flamengo vs. São Paulo.

Assim há perspectivas de que, nos próximos jogos, aumente o número de espectadores, que caiu muito depois da violência no jogo do Flamengo com o Palmeiras.

Os jogos do Brasileiro não vão salvar o Mané Garrincha do enorme prejuízo que dá aos cofres públicos, mas ajudam a reduzi-lo.

E a violência estava prejudicando ainda mais a imagem da cidade e do nosso elefante branco.

Melhor mudar os planos, secretário

Um secretário muito próximo ao governador aceitou o gentil oferecimento de uma agência de publicidade para cuidar de sua imagem. Ele quer ser candidato a deputado federal.

É a agência que garantiu a Agnelo Queiroz que iria reelegê-lo e ganhou muito dinheiro nos últimos dois anos de seu governo.

É melhor o secretário desistir da candidatura.

Vai ser muito difícil

Quando a pretensão eleitoral do colega foi comentada por integrantes do governo, alguém perguntou quando a agência começaria a trabalhar, pois o secretário tem sido uma nulidade tanto em seu desempenho funcional quanto na sua comunicação pessoal.
“Já começou”, respondeu o interlocutor.

Nada seperde

Mas a “parceria” já está dando resultados. A agência tem ótimas relações com um instituto de pesquisa. E institutos de pesquisa escolhem bem o que querem e o que não querem divulgar.

O risco dos celulares

A exemplo do que acontece no Palácio do Planalto e em diversos gabinetes pelo mundo todo, os celulares das pessoas que são recebidas pelo governador Rodrigo Rollemberg devem ser deixados na antessala, com o ajudante de ordens. É uma medida preventiva, para evitar registros extraoficiais das reuniões, que podem ser facilmente manipulados. Mas é também uma boa medida para evitar que os participantes das reuniões com Rollemberg fiquem teclando e até atendam ligações na presença do governador.

É a velha história: como nem todos têm educação, é preciso haver fiscalização e repressão.

Telefone dentro, educação fora

Na semana passada o governador se reunia com vários auxiliares, entre secretários e presidentes de empresas, para ouvir a apresentação de um projeto. Como todos tinham entrado no gabinete por outra porta, os celulares não haviam sido recolhidos.

No meio da reunião alguns celulares tocaram, mas o único que atendeu foi o secretário da Fazenda, João Fleury, que não se constrangeu e conversou longamente ao telefone, em voz alta, enquanto a reunião se desenrolava.

Os empresários que foram apresentar o projeto se surpreenderam com a situação.
Comentário de um deles: se fosse Roriz ou Arruda, esse secretário teria levado um belo fora.

Sabe com quem está falando?

Alguns deputados distritais se sentiram ofendidos por não poderem entrar no gabinete do governador com seus celulares. Pensam que são importantes demais para ficarem alguns minutos sem seus telefones, reclamaram e a norma para eles acabou sendo relaxada.

Exatamente por se acharem importantes, distritais não têm o menor constrangimento em atender o telefone e conversar aos gritos durante as reuniões com o governador.

Aliás, quem foi?

Como andam as investigações sobre a divulgação da gravação feita no gabinete do governador em maio do ano passado, aquela em que distritais cobravam seus quinhões no loteamento do governo?

Há alguns meses o deputado Wellington Luiz alardeou, com a estridência que o caracteriza, que a polícia havia descoberto que as gravações haviam sido disseminadas a partir de computadores da UnB.

Mas nada mais se disse, inclusive sobre a questão principal: quem gravou?

Há ou não há crise?

Em época de crise e dinheiro curto, o governo de Brasília deveria ter o bom senso de não abrir licitação para comprar flores, buquês, arranjos e coroas para ornamentar eventos e homenagear falecidos.

Há usos bem melhores para os R$ 174.794,00 a serem gastos com esses supérfluos.

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