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Hélio Doyle

Nem favoritos nem sem chances para 2018

Arquivo Geral

22/06/2016 7h00

A dois anos e meio de uma eleição não se pode falar em quem tem ou não tem chances. Há diversos casos na história das eleições, em Brasília e no Brasil, que demonstram isso. Fernando Collor é um dos exemplos nacionais, Cristovam Buarque é um bom exemplo local. A poucos meses da eleição eram considerados “sem chances”.

O que vai determinar as chances reais de cada possível candidato é um conjunto de fatores, objetivos e subjetivos, como seu próprio desempenho antes e durante a campanha eleitoral, o ambiente político, o humor do eleitorado, a competência dos que o assessoram e vários outros. Muito raramente se ganha ou se perde a eleição por um único motivo.

Em Brasília, para 2018, não há ainda favoritos nem sem chances, tudo pode acontecer nos próximos dois anos e alguns meses. Quem está em melhor posição, por estar no poder, é o governador Rodrigo Rollemberg. E se não estivesse, já poderia desistir da reeleição.
Mas nem é favorito nem está fora do jogo, como os demais.

Desempenho mediático

Da lista de possíveis candidatos arbitrada pelo instituto O&P ou por quem o contratou há apenas um que pode se beneficiar do clima de rejeição aos políticos e à política: Renato Rainha, presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

Embora tenha sido deputado distrital, Rainha não é visto hoje como um político no sentido pejorativo do termo, por estar há muitos anos afastado.

Sua atuação como presidente do TCDF, sempre de olho na cobertura da imprensa, aumenta a especulação de que quer ser candidato em 2018, ou ao governo ou ao Senado.

Mas Rainha esconde uma informação fundamental: quando terá tempo para se aposentar. É claro que não vai abrir mão de uma aposentadoria integral e no teto.

Gatos no mesmo saco

Os demais citados, por mais honestos e competentes que sejam, estão associados à política. Claro que alguns com menos ônus do que outros, mas em uma campanha eleitoral é fácil misturar os gatos e apresentar todos como sendo pardos.
Alguns inocentes pagarão pelos pecadores.

A chave é Rollemberg

Em qualquer circunstância, o fator principal nas definições de candidaturas e suas possibilidades em 2018 é o desempenho do governador Rodrigo Rollemberg. Se for bem, a reeleição tem enorme probabilidade e muitos dos que se colocam hoje como candidatos vão buscar outras disputas.

Se Rollemberg for mal, mais candidatos aparecerão e a reeleição será quase impossível.
Mistérios e perguntas

Há um mistério não esclarecido na lista de possíveis candidatos da pesquisa que iludiu boa parte do governo de Rollemberg: por que colocar o bispo Robson Rodovalho como candidato e se esquecer de Toninho do PSol?

E há uma pergunta que não foi respondida: por que o instituto não passa para o Correio Braziliense o que passou para o Buriti, ou seja, a pesquisa completa? Com índices de rejeição e as informações sobre a avaliação do governo de Brasília e do governador Rodrigo Rollemberg.

Nada acontece por acaso.

O alegre exercício da demagogia

É fácil fazer demagogia com o dinheiro público, ainda mais quando não se tem a responsabilidade de governar. Pode-se propor qualquer coisa para agradar ao eleitorado, e o governo ainda fica de malvado na história, se não tiver como atender a proposta.

Por isso distritais se esmeram em defender, formal ou informalmente, medidas que não custarão nada a eles nem à Câmara, mas que nem sempre podem ser concretizadas. Esses distritais sequer se preocupam em dizer de onde sairá o dinheiro para viabilizar o que propõem.

O problema não é dele

Um bom exemplo da demagogia de distritais é a proposta do deputado bispo Renato: ele quer que os restaurantes comunitários façam entrega em domicílio para doentes e idosos.

A medida é positiva, claro. Quanto mais o Estado puder atender aos que mais precisam dele, melhor para a sociedade. Mas, infelizmente, os cofres públicos são limitados e o Distrito Federal não fabrica dinheiro.

O bondoso distrital deveria informar de onde deve ser retirado o dinheiro necessário para que o governo arque com mais essa despesa.

O problema é que ele não deve ter a menor ideia de quantos seriam beneficiados e quanto isso custaria.

Medo do debate?

Também é fácil aos distritais proibir a implantação de organizações sociais no sistema de saúde do Distrito Federal sem apresentar alternativas para melhorar o atendimento à população.

As organizações sociais podem não ser a melhor alternativa para ajudar a resolver os gravíssimos problemas do sistema médico-hospitalar. Há restrições a elas que devem ser consideradas.

Mas o caminho é encontrar a melhor solução por meio do estudo e do debate, e não uma proibição por decisão legislativa.

O Sindágua/df esclarece:

O SINDÁGUA-DF (Sindicato dos Trabalhadores da Caesb) solicita ao colunista desse jornal direito de resposta à matéria publicada na edição de 16/06/16 – “Caesb é a que mais gasta com o pessoal no país” -, nos moldes da legislação vigente, ou seja, com o mesmo espaço destinado ás equivocadas informações. Seguem os esclarecimentos pertinentes:

1. A Caesb não é a empresa com maior Despesa de Pessoal no Brasil. A SABEST (SP) e a COPASA (MG), por exemplo, superam a companhia no Distrito Federal.

2. O valor da remuneração informado pelo colunista – aproximadamente R$ 260 mil – é totalmente fora da realidade dos empregados, cujo piso salarial é de cerca de R$ 2 mil por mês. É preciso levar em conta as diferenças do salários regionais para cada cargo, além de descontar desse montante absurdos como: salários de apadrinhados políticos contratados ilegalmente; salários de conselheiros políticos do governador Rollemberg; impostos trabalhistas patronais, farra de funções gratificadas, além de super salários dos diretores da Caesb. Inclui-se ai o primo do Governador e atual presidente da Caesb, Maurício Ludovice, que recebe cerca de R$ 60 mil por mês, estando acima da remuneração de desembargador do TJDFT, considerado o teto do funcionalismo público distrital.

3. Os trabalhadores da Caesb não estão reivindicando nenhum aumento salarial, mas apenas a reposição das perdas inflacionárias do valor de 9,83% ( INPC/IBGE). Importante ressaltar que, devido ao calote do GDF, a Caesb já teve nesse ano aumento acima da inflação na tarifa de água (11%) e apresenta projeção de crescimento de 10% nas receitas.

4. Embora alegue que a Caesb encontra-se no vermelho, em 5 de janeiro do ano passado o Estatuto da Empresa foi alterado a fim de criar gratificação para o presidente e demais diretores, no valor de R$ 11 mil por mês, resultando em reajuste de mais de 30%. a empresa gasta cerca de R$ 2 milhões de publicidade por ano. Para piorar, a Companhia contratará empreiteira envolvida em corrupção para fiscalizar as obras de saneamento da população do DF.

5. Os trabalhadores do Caesb, não estão reivindicando redução de jornada, mas sim a volta do horário corrido, arbitrariamente retirado em 2015 que funcionou bem nos dois anos de sua implementação, gerando, inclusive aumento de produtividade , apesar do descumprimento por parte das Caesb de cláusulas previstas em Acordo Coletivo. Na Assembleia do dia 16/06, tal item foi retirado da pauta de Reivindicação pelos trabalhadores, os quais exigem agora apenas a reposição inflacionária e o fim da perseguições e retaliações por conta do movimento de greve.

A Caesb tem um dos maiores índices de atendimento no Brasil, conta com mais de 80% de aprovação por parte da população do DF e é referência em serviço público para 70%. Portanto, exigimos desse jornal o devido respeito e o direito de resposta aos profissionais da Caesb, que cuidam de um serviço tão importante para a saúde pública: o saneamento básico.

O Sindágua-DF reitera a estranheza diante da parcialidade na divulgação de informações sobre a greve da categoria e espera ver este direito de resposta atendido, além de ser contatado em futuras matérias.

Atenciosamente,
Fernanda da Silva Fernandes
Diretora do Sindágua-DF

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